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Brasil tem sexto maior crescimento do G20 no acumulado de 12 meses

Mesmo sem crescimento no último trimestre, o PIB de 2025 já teria garantida uma expansão mínima de 2,2%

Por Da Redação

Brasil tem sexto maior crescimento do G20 no acumulado de 12 meses Créditos: Marcello Casal JrAgência Brasil

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou, semana, a “Nota Informativa — PIB do 3º Trimestre de 2025”, com uma leitura detalhada do desempenho da economia brasileira entre julho e setembro. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 0,1% em relação ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal. Embora abaixo do estimado pela própria SPE, que previa avanço de 0,3%, o resultado elevou o carregamento estatístico para o ano de 2,0% para 2,2%. Isso significa que, mesmo sem crescimento no último trimestre, o PIB de 2025 já teria garantida uma expansão mínima de 2,2%.

O desempenho acumulado dos últimos quatro trimestres também chama atenção: crescimento de 2,7%, o que coloca o Brasil na sexta melhor posição entre os países do G20. Segundo o documento, o país mais uma vez superou expectativas, já que projeções anteriores indicavam um avanço menor para o período.

Entre os fatores que impulsionaram o resultado, destacam-se as exportações, que cresceram 7,2% no terceiro trimestre. O ritmo foi significativamente maior que o observado no segundo trimestre, quando houve alta de 2,1%. O desempenho surpreendeu analistas, especialmente após o tarifaço imposto pelos Estados Unidos durante a gestão de Donald Trump, em agosto. Mesmo com o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, o país diversificou destinos e ampliou mercados, além de contar com a recente retirada parcial das barreiras comerciais pelos EUA.

A SPE afirma que o avanço nas exportações foi puxado, principalmente, pelo aumento no envio de produtos agropecuários e extrativos. Já as importações desaceleraram de 3,9% para 2,2%, movimento influenciado pela redução na compra de serviços do exterior.

Se o setor externo exerceu papel positivo, o consumo das famílias registrou desaceleração expressiva. A alta passou de 1,8% no segundo trimestre para 0,4% no terceiro. O documento atribui o movimento ao efeito defasado da política monetária restritiva, com a taxa Selic ainda em patamar elevado. Segundo a SPE, o desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito reduziu o impulso ao consumo de bens duráveis, semiduráveis e serviços — especialmente os importados.

As revisões do IBGE também influenciaram a leitura do trimestre. A SPE afirma que o crescimento observado ficou abaixo do esperado “na margem”, mas muito próximo do projetado na comparação interanual. Com os ajustes incorporados, a projeção de crescimento para alguns setores deverá sofrer alterações. Para a agropecuária, a expectativa é de alta significativamente superior aos 9,5% inicialmente previstos. A indústria também deve ter revisão positiva — acima do 1,3% estimado anteriormente. Já o setor de serviços pode sofrer correção para baixo, reduzindo sua contribuição ao PIB de 2025.

Pelo lado da demanda, a Nota Informativa aponta que a absorção interna tende a contribuir menos para o resultado anual, em especial devido à revisão negativa no consumo das famílias no primeiro semestre. Em contrapartida, o setor externo deve reforçar sua participação no crescimento, beneficiado tanto pelas exportações mais fortes quanto pela queda nas importações.

A SPE destaca ainda que o carregamento estatístico de 2,2% até o terceiro trimestre reforça um “viés de alta” para a projeção do PIB de 2025, uma vez que a expectativa é de crescimento positivo também no último trimestre, sobretudo com leve melhora no desempenho dos serviços. No entanto, a tendência de desaceleração da atividade permanece, e o carry-over para 2026 deve ser menor, indicando perda de dinamismo ao longo dos próximos meses.

No cenário internacional, o Brasil se manteve em posição intermediária entre as maiores economias do mundo. No terceiro trimestre, foi o 11º colocado no ranking de crescimento na margem entre os países do G20 e o oitavo na comparação interanual. No acumulado de quatro trimestres, contudo, alcança o sexto lugar. Já o crescimento de 1,8% em relação ao terceiro trimestre de 2024 representa desaceleração frente aos 2,4% do trimestre anterior. Considerando o acumulado do ano, a expansão passou de 3,3% para 2,7%.

Apesar da moderação recente, o conjunto de indicadores reforça que a economia brasileira atravessa 2025 com ritmo sustentado, apoiada principalmente pelo setor externo e com perspectivas de leve melhora no fechamento do ano.

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