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Basta ao feminicídio: mobilização nacional neste domingo reage ao avanço da violência contra mulheres

Mapa Nacional da Violência de Gênero registra 718 feminicídios no primeiro semestre deste ano; atos “Mulheres Vivas” ocorrerão em várias capitais no dia 7, incluindo Curitiba.

Por Eliane Alexandrino

Basta ao feminicídio: mobilização nacional neste domingo reage ao avanço da violência contra mulheres Créditos: Divulgação

Eliane Alexandrino/Cascavel

O caso mais recente de violência extrema contra mulheres voltou a chocar o país. Tainara Santos, 31 anos, foi atropelada e arrastada na zona norte de São Paulo no último dia 29 após decidir não continuar um relacionamento. Ela permanece internada e teve as duas pernas amputadas devido à gravidade dos ferimentos.

O agressor, Douglas Alves da Silva, 26 anos, teve a prisão preventiva decretada. Segundo informações da polícia, a vítima manteve um relacionamento breve com o autor do crime. A motivação, de acordo com as investigações, foi o simples fato de ele não aceitar o fim da relação.

Dados atualizados mostram que 718 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil apenas no primeiro semestre de 2025. O levantamento, produzido pelo Observatório da Mulher Contra a Violência, do Senado, registra ainda 33.999 estupros contra mulheres entre janeiro e junho, uma média de 187 por dia.

Diante desse cenário alarmante e dos recentes crimes brutais cometidos em diferentes estados, movimentos de mulheres convocam uma mobilização nacional neste domingo (7) com o lema “Mulheres Vivas”. A ação pretende denunciar a escalada da violência de gênero e pressionar autoridades por respostas mais efetivas.

A mobilização ganha força também após a Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, do DataSenado, revelar que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica ou familiar em 2025. Quase 60% relataram agressões nos últimos seis meses, e 21% convivem com episódios há mais de um ano.

O estudo chama atenção para a omissão de testemunhas: em 40% dos casos, havia adultos presentes que não ofereceram ajuda, o que representa cerca de 698 mil mulheres desamparadas.

A deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP) reforçou a importância do ato. “Vamos tomar as ruas para dizer basta à violência contra as mulheres. Não suportamos mais tantos casos de feminicídio, violência física e sexual. É fundamental que a sociedade se levante”, afirmou.

Embora o cenário nacional seja grave, o Paraná apresentou queda de 10% nos feminicídios entre janeiro e setembro de 2025, passando de 71 para 64 casos.

Nos municípios atendidos inicialmente pelo Programa Mulher Segura, a redução foi ainda maior, chegando a 25%. Os estupros diminuíram 18% no estado, representando mais de mil vítimas a menos.

O programa, lançado em 2024 e expandido para todos os 399 municípios, combina ações educativas, patrulhamento especializado, fortalecimento da rede de proteção e visitas comunitárias, que cresceram 332% entre 2023 e 2024.

O secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, afirma que os resultados refletem um avanço institucional e cultural. “A proteção às mulheres exige a integração das forças de segurança, poder público e municípios. É um trabalho conjunto para romper ciclos de violência”, destacou.

 Tecnologia reforça proteção de mulheres no Paraná

O estado também adotou o Sistema de Monitoração Eletrônica Simultânea (MES), que monitora em tempo real a localização de agressores com tornozeleira eletrônica e envia alertas às vítimas por meio de smartphones.

O recurso estabelece dois limites:

- Raio de advertência (cerca de 1 km), no qual agressor e vítima recebem alertas.

- Raio de exclusão (aprox. 500 m), que aciona automaticamente a Polícia Militar.

O projeto-piloto está em execução em Curitiba e deve ser ampliado em 2026.

A Sesp também desenvolve um Algoritmo de Revitimização, baseado em inteligência artificial, que cruza mais de 15 milhões de dados de boletins de ocorrência para identificar fatores de risco e orientar ações preventivas.

 Locais e horários das manifestações neste domingo (7)

-Brasília (DF): 10h – Feira da Torre de TV

-São Paulo (SP): 14h – Vão do Masp

-Rio de Janeiro (RJ): 12h – Posto 5, Copacabana

-Curitiba (PR): 10h – Praça João Cândido (Largo da Ordem)

-Cuiabá (MT): 14h – Praça Santos Dumond

-Campo Grande (MS): 13h – Em frente ao Aquário do Pantanal

-Manaus (AM): 17h – Largo São Sebastião

-Parnaíba (PI): 16h – Parnaíba Shopping

-Belo Horizonte (MG): 11h – Praça Raul Soares

-Porto Alegre (RS): 17h – Praça da Matriz

-São José dos Campos (SP): 15h – Largo São Benedito

-Salvador (BA): 10h – Barra (Cristo ao Farol)

-São Luís (MA): 9h – Praça da Igreja do Carmo (Feirinha)

- Belém (PA): 8h – Boulevard Gastronomia

- Teresina (PI): 17h – Praça Pedro II

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Foto: Divulgação

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