Abuso em Cmei: "CPI não vai matar ninguém na véspera", diz presidente
Everton Guimarães, que irá presidir a comissão de investigação, afirma ainda que CPI não irá deixar ninguém impune
Por Gazeta do Paraná

Após ser nomeada oficialmente, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar suspeitas de irregularidades no Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que apurou a conduta de um professor acusado de violência sexual e pedofilia em CMEIs de Cascavel definiu a função de cada vereador. A presidência ficará a cargo do vereador Everton Guimarães (PMB), a relatoria com Hudson Moreschi (Podemos) e o contador Mazutti (PL) será o secretário. A comissão foi instaurada após a repercussão do caso, que ficou conhecido como “Professor Monstro”. O educador é acusado de abusar de crianças pequenas durante o exercício da função.
O presidente da CPI disse que os trabalhos começam com o requerimento do PAD 4118 e cópia integral da sindicância instaurada pelo Município de Cascavel. A principal linha de investigação é buscar entender a morosidade do processo administrativo, que levou quatro anos para ser concluído. A exoneração do servidor só aconteceu em 2023.
Segundo Guimarães, cada vereador assumiu o compromisso de apurar com seriedade a verdade sobre a morosidade das investigações e que, ao final dos trabalhos, o relatório será encaminhado ao Ministério Público. Ele destacou que a comissão “não vai matar ninguém na véspera e, também, não vai deixar ninguém impune antes de terminar a CPI”.
Hudson Moreschi, que não assinou a CPI, mas será o relator, afirmou que os trabalhos serão conduzidos com responsabilidade. “Nosso objetivo é buscar justiça para esse caso e evitar que outros casos, que possam ter acontecido, não se repitam”, afirmou o vereador.
Entenda o caso
O caso veio à tona após denúncias de mães que descobriram que o servidor, mesmo já sendo alvo de investigações por um caso anterior de abuso em um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), continuava atuando normalmente em outra unidade do município, localizada no Bairro Canadá. O alerta foi levado ao plenário pelo vereador Everton Guimarães, que criticou a demora da administração em tomar providências. O processo administrativo levou quatro anos para ser concluído, e a exoneração do servidor só ocorreu no final de 2023.
Após a grande repercussão, a Prefeitura de Cascavel instaurou uma sindicância para apurar os motivos da demora. O relatório apontou como principal causa o excesso de prorrogações — 20 ao todo — concedidas por uma única servidora responsável pelo PAD (Processo Administrativo Disciplinar). Também foram citadas a inércia da Corregedoria e da Controladoria-Geral do Município, que, segundo a investigação interna, falharam em tomar medidas mais firmes.
Agora começa a contar o prazo de 120 dias para que a CPI apresente o relatório final para votação do Plenário da Câmara. O prazo pode ser prorrogado por 30 dias, caso seja necessário. Após aprovação da Câmara, o relatório será enviado ao Ministério Público e ao Poder Executivo, para eventuais providências.
