40% dos jovens indicam necessidade de trabalhar como principal motivação para abandono dos estudos, diz IBGE
Por Giuliano Saito
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Estatística corresponde a jovens entre 15 e 29 anos. Secretaria Estadual de Educação vai oferecer novo EJA para tentar atrair alunos. Cresce número de jovens que largaram a escola para trabalhar Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) sobre educação, divulgados pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 40,2% dos jovens entre 15 e 29 anos que abandonaram os estudos indicaram como principal motivação a necessidade de trabalhar. Em seguida, outros 24,7% apontaram como motivo para a evasão escolar a falta de interesse nos estudos. O motoboy Edenilton Rodrigues é um desses casos. Aos 28 anos ele retomou os estudos que havia abandonado aos 18 para trabalhar e ganhar o próprio dinheiro. "Eu vejo que foi um tempo perdido, eu poderia estar melhor estruturado em relação ao meu ensino e hoje estou recuperando o tempo que foi [perdido] lá atrás", reflete. De acordo com Sandra Terezinha da Silva, do Comitê Campanha Nacional pelo Direito à Educação, um dos principais impactos para esta estatística é a queda da renda. Nesses casos, a educação fica em segundo plano. "Essa necessidade de sobreviver, sustentar um filho, ajudar no aluguel da casa, luz, etc... Isso é mais importante do que continuar a estudar, e as pessoas deixam de estudar. É uma questão estrutural", afirma. Evasão escolar Nacionalmente, a pesquisa levou em consideração a população de 49 milhões de pessoas dentro da faixa etária analisada. Os dados indicam também que no Brasil, em 2022, 39,1% delas trabalhavam, mas não estudavam. Em comparação com 2019, o número indica uma alta de 1,8%. A nível estadual, o Paraná, em 2022, tinha 44% dos jovens trabalhando, mas sem estudar, cerca de 1,7% a mais do que em 2019. Pesquisa apontou que pessoas estão deixando de frequentar escola para trabalhar Reprodução/RPC Possíveis soluções Como forma de contornar o problema, a Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná (Seed-PR) afirmou que está investindo na estrutura das escolas, na formação dos professores e em tecnologia. Entre as estratégias está o oferecimento do modalidade de Ensino a Distância (Ead) para estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), previsto para o segundo semestre deste ano. Leia também Polícia Civil prende quarto suspeito de envolvimento no assassinato de estudantes em colégio de Cambé Professor da UEM é demitido suspeito de abusar sexualmente de estudantes; polícia investiga denúncias contra profissional "É um modelo 20% presencial e 80% a distância, que é para que o estudante possa conciliar sua vida profissional também com a sua vida acadêmica", explica o diretor da Seed, Anderfábio Oliveira dos Santos. A especialista Sandra Terezinha da Silva pontua ainda que para melhorar o índice é necessário a melhora da economia com geração de mais empregos. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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