Violência no Rio leva escolas de samba a cancelarem ensaios por segurança
Após operação que deixou 64 mortos, agremiações do Grupo Especial suspendem atividades e pedem paz nas comunidades
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As escolas de samba do Rio de Janeiro suspenderam seus ensaios e atividades após a operação policial mais letal da história do estado, realizada nesta terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha. A ação, que deixou 64 mortos, provocou confrontos intensos com o Comando Vermelho, uso de armamento pesado e fechamento de vias, afetando a rotina de moradores e instituições em toda a capital fluminense.
A Acadêmicos de Niterói, estreante no Grupo Especial e que levará para a Sapucaí um enredo sobre a trajetória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cancelou o ensaio previsto para esta quarta-feira (29). Em nota, a direção informou que a decisão visa preservar o bem-estar da comunidade:
“A escola priorizará o bem-estar de todos que se sentem inseguros neste momento que a cidade do Rio de Janeiro está passando”, destacou o comunicado.
Outras escolas seguiram o mesmo caminho. A Grande Rio suspendeu o ensaio da noite de terça-feira, e a Viradouro, Vila Isabel, União da Ilha e Império Serrano também adiaram suas atividades. “A decisão visa garantir a segurança e o bem-estar de todos os integrantes, componentes e do público”, afirmou a Grande Rio em nota.
O Instituto Imperatriz Leopoldinense, braço social da escola, também paralisou suas ações e publicou mensagem pedindo paz:
“A Imperatriz Leopoldinense anseia por dias melhores para nossa comunidade e pelo direito à cidadania.”
Entre os artistas afetados, a musa da Viradouro, Lore Improta, relatou nas redes sociais que retornou a Salvador logo após saber do cancelamento do ensaio. Ela afirmou ter sido aconselhada a deixar o Rio devido ao clima de insegurança.
