Tragédia no Riviera: Bombeiros alertam para o uso irregular de botijões em prédios
Jeniffer Monteiro dos Santos, de 31 anos, não resistiu às queimaduras graves causadas pela explosão.
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Morreu nesta segunda-feira (17), no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), Jeniffer Monteiro dos Santos, de 31 anos. Ela vinha lutando pela vida, após sofrer queimaduras em 80% do corpo devido à explosão de um botijão de gás em sua residência na rua Panamá, no bairro Riviera, ocorrido no domingo (16).
O tenente William Risardi, do Corpo de Bombeiros, conversou com a reportagem desta Gazeta e explicou os detalhes do ocorrido, reforçando medidas de segurança para evitar acidentes semelhantes.
De acordo com o tenente Risardi, o prédio onde ocorreu a explosão deveria ter uma central de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conforme exige a legislação vigente no Paraná. No entanto, alguns moradores utilizavam botijões de gás dentro dos apartamentos, prática proibida por lei. "Esse prédio deveria ter uma central de GLP, mas alguns apartamentos acabaram fazendo uso de botijões dentro das unidades. Isso é vedado pela legislação e representa um risco grave à segurança", explicou Risardi.
O tenente destacou que a central de GLP fora do prédio facilita o controle em caso de emergência, como o fechamento de válvulas, e afasta o risco dos moradores. "Quando há vários botijões dentro de um prédio, o risco de acidentes graves aumenta significativamente", alertou.
O tenente Risardi reforçou as medidas de prevenção para evitar acidentes com botijões de gás, dividindo as orientações em dois momentos: instalação e conduta em caso de vazamento:
Instalações
Em prédios residenciais, comércios e indústrias, é obrigatória a instalação de uma central de GLP, com distribuição do gás por meio de tubulações; em residências onde não há exigência de central, os botijões devem ser mantidos em locais ventilados, preferencialmente fora das residências; é fundamental verificar a validade dos componentes do botijão e garantir que estejam em boas condições.
Conduta em caso de vazamento
Não acionar dispositivos elétricos, como interruptores de luz; não tentar acender fogo ou ligar o fogão; abrir portas e janelas para ventilar o ambiente; se possível, fechar o registro do gás; Abandonar o local imediatamente e acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193.
Gravidade dos acidentes com botijões de gás
Apesar de não serem frequentes, os acidentes envolvendo botijões de gás costumam ser graves. "Esses acidentes ocorrem com pouca frequência, mas, quando acontecem, a gravidade é muito grande. Podem resultar em queimaduras severas, danos estruturais e até mortes", afirmou Risardi.
O caso
A tragédia que vitimou Jeniffer ocorreu na noite do último domingo (16). De acordo com o tenente William Risardi, a vítima havia saído de casa e, ao retornar, percebeu o cheiro de gás. No entanto, ela acreditou que o vazamento estivesse ocorrendo em outro apartamento e não no seu. Ao tentar acender o fogão, a grande concentração de gás no ambiente resultou em uma explosão. "A explosão foi ambiental, ou seja, não foi o botijão de gás que explodiu, mas sim o ambiente que continha uma alta concentração de gás vazado. Quando a vítima acendeu o fogão, isso gerou uma combustão que resultou na explosão", explicou o tenente Risardi. O botijão de gás, inclusive, foi encontrado intacto no local.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento da explosão, que causou pânico entre os moradores do prédio. Uma perícia será realizada no local para determinar as causas exatas do incêndio e confirmar se o vazamento de gás foi o responsável pela tragédia. Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros reforça a importância de seguir as normas de segurança para evitar acidentes semelhantes.
Câmera flagrou momento da explosão: