Paraná reduz homicídios e lidera em apreensões de drogas
Redução histórica nos homicídios coincide com recorde de apreensão de drogas no estado
Por Da Redação

O Paraná fechou o primeiro semestre de 2025 com o menor número de homicídios da série histórica iniciada em 2007. Foram registrados 672 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), o que representa uma queda de 28,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 940 ocorrências. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pela Secretaria da Segurança Pública (Sesp), com base em informações do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape).
O grupo de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) inclui homicídios dolosos, latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais seguidas de morte. Entre esses, os homicídios dolosos, aqueles cometidos com intenção, somaram 631 casos no semestre, 29% a menos que os 889 registrados em igual período do ano passado. Em comparação com 2018, quando o Estado registrou 1.033 vítimas, a redução chega a 39%.
Casos de lesão corporal seguida de morte também tiveram forte queda: 42,4%, com 19 ocorrências em 2025, contra 33 no ano anterior. Já os feminicídios caíram de 49 para 48 casos, uma redução de 2%.
Os dados apontam que 221 municípios paranaenses, ou 55% do total não registraram nenhum homicídio doloso nos seis primeiros meses de 2025. Em outras 93 cidades (23%), houve apenas um caso. No mesmo período de 2024, 192 municípios não tinham registros desse tipo de crime.
Na capital e Região Metropolitana, também houve queda. Os homicídios dolosos passaram de 230 para 179, redução de 22%. Em Curitiba, a Secretaria da Segurança Pública lançou a Operação Centro Seguro, que reforçou a presença de policiais na área central, em parceria com a Guarda Municipal.
O balanço mostra ainda retração nos crimes contra a dignidade sexual. Os estupros caíram 18,7%, de 3.814 para 3.100. No total, os crimes contra a dignidade sexual diminuíram 11,5%, com 5.900 ocorrências neste ano frente às 6.670 no primeiro semestre de 2024.
Outros crimes contra a pessoa, como ameaças e lesões corporais também apresentaram queda. Foram 139 mil registros em 2025, 2,5% a menos que os 143 mil do ano anterior. As ameaças caíram 6,9% (de 2.998 para 2.790), e as lesões corporais, 8,2% (de 38,2 mil para 35,1 mil).
As autoridades atribuem os resultados a fatores como o reforço do policiamento ostensivo, maior integração entre as forças de segurança, uso de tecnologias, ações de inteligência e investimentos em pessoal e estrutura. O Estado também vem ampliando programas voltados à proteção de mulheres, como o Mulher Segura, para combater a violência de gênero.
Em 2024, o Paraná já havia apresentado os melhores indicadores desde o início da série histórica. Agora, com novas reduções em praticamente todos os índices de violência, consolida-se a tendência de queda na criminalidade.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os homicídios dolosos no Estado já haviam caído 10% em 2024 em relação a 2023. O Paraná também permanece fora da lista de municípios mais violentos do país e está entre os seis estados com as menores taxas de mortes violentas intencionais, com desempenho acima da média nacional.
Apreensões de drogas
O Paraná registrou aumento de 27,5% nas apreensões de drogas no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. De janeiro a junho, foram recolhidas 287,9 toneladas de entorpecentes, frente às 225,8 toneladas apreendidas em 2024. Em relação a 2018, quando foram 45,5 toneladas, o crescimento chega a 532%.
Os dados foram divulgados pelo Cape, da Secretaria da Segurança Pública do Estado. O volume apreendido em 2025 é o maior já registrado em um primeiro semestre no Paraná.
A maior parte das apreensões foi de maconha: 284 toneladas entre janeiro e junho. Em igual período de 2024, foram 221 toneladas; em 2018, 43,9 toneladas, o que representa aumentos de 28,2% em um ano e de 546% em sete anos.
A cocaína também apresentou números expressivos. Foram 2,36 toneladas apreendidas no primeiro semestre de 2025, volume semelhante ao recorde do ano anterior. O total é mais que o dobro do registrado em 2018, quando foram pouco mais de uma tonelada.
No caso do crack, o volume se manteve estável, com cerca de 1,5 tonelada neste ano. Em 2024, o número foi semelhante. Já em 2018, foram recolhidos 584 quilos. O ecstasy teve aumento expressivo: passou de 27.329 para 50.126 comprimidos em um ano, crescimento de 83,4%.
As forças de segurança atribuem os resultados à atuação conjunta das polícias Civil, Militar, Penal e Científica, com foco nas rotas do tráfico e regiões de fronteira, especialmente no Oeste do Estado. O patrulhamento em áreas de acesso internacional e nas rodovias estaduais também tem contribuído para o aumento das apreensões.
Um exemplo recente dessa atuação ocorreu em Foz do Iguaçu, na terça-feira (29), quando uma operação conjunta entre Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal resultou na apreensão de 732 quilos de maconha e na prisão de dois suspeitos. Na semana anterior, um porto clandestino foi desativado em Guaíra, na fronteira com o Paraguai.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, essas apreensões ajudam a dificultar a logística do tráfico, reduzir a circulação de entorpecentes e enfraquecer o financiamento de outras atividades criminosas. Investimentos em equipamentos, como viaturas, aeronaves com câmeras térmicas e sistemas de comunicação, também vêm reforçando a estrutura das forças de segurança.
De acordo com o Anuário de Segurança Pública, em 2024 o Paraná foi responsável por 36,5% das apreensões de maconha e cocaína do país. No total, foram 769,4 toneladas de drogas retiradas de circulação por forças estaduais e federais. O Brasil, ao todo, registrou cerca de 2,1 milhões de quilos apreendidos naquele ano.
Em 2025, os dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) apontam que o Paraná continua entre os estados com maiores volumes apreendidos, ficando atrás apenas do Mato Grosso do Sul.
