Ponto 14

Paraná só vai esperar até fim de março para decidir sobre concessão de estradas à União, diz líder do governo

Por Giuliano Saito


Segundo deputado Hussein Bakri (PSD), se modelo de pedágio apresentado não sair do papel, estado não entregará rodovias ao Governo Federal. Hussein Bakri é líder do Governo do Paraná na Alep Reprodução/Alep O deputado estadual e líder do governador Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Hussein Bakri (PSD), disse que o Governo do Estado só esperará até o final de março para uma definição federal sobre o novo modelo de pedágio. A declaração foi feita em discurso na tribuna. De acordo com Hussein, caso o Governo Federal não concorde com o modelo em discussão pelo Paraná, o estado não vai mais ceder as rodovias estaduais, passo fundamental para a criação de um modelo de pedágio. "Eu recebi uma informação, quero passar pra vocês, o governador tomou uma decisão agora há pouco, eu fui informado, a data limite que o Paraná vai esperar é o final de março. O Paraná vai esperar até o final de março a decisão que cabe agora, única e exclusivamente ao Governo Federal. O Governo Federal vai decidir se é contra o a favor desse modelo que foi colocado. Se for a favor, vem e toca com os ajustes que o ministro fez. Se for contra, o Governo Federal fica com as suas rodovias e o Paraná fica com as suas rodovias. O que ninguém quer”, disse Hussein. Em nota, o Governo do Paraná disse que está confiante que o modelo discutido será mantido, mas não comentou a declaração de Hussein Bakri. A nova modelagem do pedágio no Paraná, que está sem concessões no antigo Anel da Integração há mais de um ano, tem vivido impasses intensos há semanas. A indefinição sobre o modelo aumentou na última quinta-feira (2), depois que um evento entre o Governo do Estado e o Ministério dos Transportes foi cancelado de última hora. A solenidade seria para a entrega de dois lotes de rodovias paranaenses ao Governo Federal. Representantes da Frente Parlamentar do Pedágio estiveram com o ministro da Casa Civil As propostas O Governo do Estado defende junto ao ministério um modelo de concessão com menor tarifa, leilão das rodovias na Bolsa de Valores, mais de três mil quilômetros de concessão e obras. O modelo do estado, conforme apuração da RPC, dependeria de depósito em dinheiro pelas empresas, que sobe conforme aumenta o desconto dado pelas concessionárias sobre a tarifa base. A principal mudança em relação ao modelo antigo é uma curva de aporte menor - o que, segundo o Governo do Estado, garantiria mais competitividade e descontos maiores. Entenda o funcionamento da curva de aporte no modelo proposto pelo Paraná RPC Curitiba Lideranças do PT e a Frente Parlamentar do Pedágio da Alep pedem que o Governo Federal desconsidere o que pede o Governo do Paraná. Segundo deputados que criticam a proposta, o aporte proposto pelo estado aumenta o preço da tarifa e não garante a execução de obras. Leia também: Economia: Vereadores de Curitiba aprovam segunda prorrogação para pagamento de multas da pandemia Imagens fortes: Jovem morre após acidente em Campeonato Paranaense de Velocross Enchente em Bandeirantes: Moradores seguram em trator para não serem levados pela água Reunião em Brasília Nesta segunda-feira (6), o deputado Arilson Chiorato (PT), presidente da frente parlamentar do pedágio, esteve em Brasília para debater com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, outra proposta de concessão. Além de Chiorato, participaram o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSD), líder do partido de Ratinho Junior no Paraná, e também integrante da frente parlamentar do pedágio. Os deputados federais Enio Verri (PT) e Gleisi Hoffmann (PT) também estavam presentes. Segundo os deputados que criticam a proposta, o aporte sugerido pelo governo aumenta o preço da tarifa e não garante a execução de obras. A RPC apurou que na reunião, os deputados defenderam que a garantia venha em dinheiro ou em títulos públicos do Governo Federal. Neste caso, as concessionárias comprariam os títulos ou fariam depósitos, e os investimentos seriam devolvidos conforme as obras fossem entregues. Segundo os deputados, a mudança deixaria o preço da tarifa mais baixo. O que diz o Ministério dos Transportes Pedágio está livre no Paraná após fim da concessão Giuliano Gomes/PR PRESS O Ministério dos Transportes disse, em nota, que - em conjunto com o Governo do Paraná - trabalha para chegar ao melhor modelo possível para a população e que, ao mesmo tempo, viabilize os aportes de R$ 50 bilhões em investimentos. Segundo a nota, a delegação das rodovias estaduais ao Governo Federal é parte fundamental do processo do novo pedágio. O Ministério dos Transportes ressaltouque as conversas para a publicação dos editais dos lotes um e dois estão adiantadas e em fase de últimos ajustes. O fim das concessões O Paraná está sem pedágio nas rodovias do antigo Anel de Integração desde novembro de 2021. Depois do fim das antigas concessões, que durante 24 anos deixaram o estado com a tarifa mais alta do país, a manutenção das estradas ficou de responsabilidade do poder público. Em muitas rodovias federais, buracos deixam a viagem arriscada e perigosa. A demora para a formalização de um novo modelo, além da situação das estradas, tem preocupado o setor produtivo. A incerteza aumenta, também, no momento em que o Paraná vai colher quase 25 milhões de toneladas de grãos, a maior safra da história. Em primeira proposta de modelagem do Paraná, rodovias seriam divididas em seis lotes, para leilões individuais g1 PR O Sistema Ocepar, que representa as cooperativas do estado, pede urgência na definição do novo modelo de pedágio. Vídeos mais assistidos do g1 PR: Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.