No Dia do Agricultor, Prefeitura de Guarapuava celebra quem move o campo e alimenta a cidade
Da agricultura familiar às grandes lavouras, o campo é base do desenvolvimento do município
Por Da Redação

Neste 28 de julho, Dia do Agricultor, a Prefeitura de Guarapuava presta homenagem a todos os trabalhadores e trabalhadoras do campo que, com dedicação e esforço diário, fazem da agricultura uma das principais forças econômicas e sociais do município. Mais do que cultivar alimentos, os agricultores guarapuavanos ajudam a sustentar famílias, movimentar a economia, preservar tradições e impulsionar o desenvolvimento sustentável da cidade.
Com um território vasto e solo fértil, Guarapuava é referência nacional em produção agrícola. A força do campo se reflete tanto nas grandes propriedades quanto na agricultura familiar, que desempenha papel essencial na economia local e na segurança alimentar da cidade.
Os dados da produção agropecuária de Guarapuava comprovam a potência e a relevância do setor para o desenvolvimento da cidade. Segundo o IBGE, as lavouras permanentes do município produziram mais de 40 mil toneladas de alimentos, com destaque para a erva-mate, a uva e a maçã, gerando cerca de R$ 65 milhões em receita para os produtores.
Enquanto isso, as lavouras temporárias, impulsionadas pela soja, milho e batata-inglesa, atingiram 831 mil toneladas no mesmo ano. A venda desses produtos rendeu mais de R$ 1,5 bilhão, juntamente com um aumento de 10,3% na área cultivada.
Além das lavouras, outros setores produtivos também aquecem a economia do campo em Guarapuava. A silvicultura, que envolve o manejo e a produção de recursos florestais, produziu em 2022 mais de 280 mil metros cúbicos de lenha e 908 mil metros cúbicos de madeira em toras, gerando uma receita de R$ 109 milhões com a comercialização.
Entre os muitos segmentos que compõem a força do campo guarapuavano, a horticultura se destaca pela produção diversificada, pela proximidade com o consumidor final e pela forte presença da agricultura familiar. Em pequenas e médias propriedades, são cultivadas hortaliças que abastecem feiras, mercados, escolas e instituições da cidade, garantindo alimentos frescos e de qualidade à população. É nesse cenário que se encontra uma das histórias inspiradoras do campo, a de um pai e seu filho, que dividem a lida diária na terra e colhem, juntos, os frutos de uma vida dedicada à agricultura.
Há 15 anos, o lavrador Hamilton Fiúza decidiu deixar de ser empregado em fazendas para iniciar sua própria produção de hortaliças em Guarapuava. O começo foi difícil. Sem equipamentos modernos, ele trabalhava com enxada, foice e cortadeira, enfrentando o solo com força braçal e pouca estrutura. A primeira horta da família tinha apenas 1.500 metros quadrados e irrigação rudimentar. Mesmo assim, não faltaram coragem e vontade. “Se eu trabalhava para os outros, por que não podia trabalhar para mim mesmo?”, lembra Hamilton.
Com o tempo, a produção cresceu e o filho Jean passou a atuar ao lado do pai. Ainda menino, já acompanhava o dia a dia no campo. Mais tarde, fez curso técnico agrícola e, atualmente, está no último ano da faculdade de Agronomia, um sonho possível graças à renda da lavoura. “Meu pai não tinha como pagar os estudos, então trabalhei com ele por dois anos para juntar o dinheiro. A gente nunca se largou”, conta Jean. Hoje, pai e filho cuidam de uma horta de dois hectares, equipada com sistema de irrigação e maquinário moderno.
A produção é diversificada: brócolis, couve, cenoura, rabanete e outras hortaliças abastecem feiras nos bairros, mercados locais e, principalmente, a merenda escolar da rede pública, por meio da cooperativa Carmug. A rotina é puxada e feita a quatro mãos. “Aqui somos só nós dois. Às vezes, os sobrinhos ajudam na colheita, mas quem toca a lavoura somos eu e ele”, diz Jean. A família já enfrentou dificuldades para vender os produtos, inclusive tendo que aceitar preços abaixo do ideal para evitar o desperdício. Mesmo assim, seguem firmes. “A planta é como uma criança: tem que cuidar todos os dias. Se não cuidar, não produz. E se não produzir, não vende”, resume Hamilton.
O que começou como uma alternativa diante da falta de emprego se transformou em um projeto de vida e de geração. “Antigamente eu levava verdura na carona. Hoje temos carro, conseguimos pagar os estudos do meu filho. Os vizinhos diziam que a gente ia morrer de fome, mas quem planta comida não passa fome. Eu tenho muito orgulho”, conclui.
Histórias como a da família Fiúza refletem a realidade de muitos produtores rurais que, com esforço diário, garantem o alimento na mesa das pessoas e movimentam a economia de Guarapuava. São trabalhadores que enfrentam os desafios do campo com dedicação, transmitindo conhecimento entre gerações e fortalecendo a produção local. Neste 28 de julho, Dia do Agricultor, a data reforça a importância de valorizar quem vive da terra e contribui diretamente para o desenvolvimento do município e do país.
