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Maio é o mês mais violento nas rodovias de Cascavel desde 2020

Foram seis mortes registradas em 14 dias nas rodovias de Cascavel. Um aumento de 50% em relação ao ano de 2024

Por Da Redação

Maio é o mês mais violento nas rodovias de Cascavel desde 2020 Créditos: CGN

A violência no trânsito segue fazendo vítimas e acendendo alertas em toda a região Oeste do Paraná. Nas últimas horas, dois graves atropelamentos ocorreram em trechos distintos da BR-277, em Cascavel, ambos envolvendo pedestres tentando atravessar a pista. Em um dos casos, a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Os episódios mais recentes reforçam a sensação de insegurança nas estradas e colocam novamente em debate os riscos enfrentados diariamente por motoristas e pedestres.

Em Cascavel, maio já é considerado o mês mais violento nas rodovias desde 2020, mesmo antes de terminar. Os dados, embora ainda parciais, indicam um aumento significativo nos registros de mortes e acidentes graves, o que tem mobilizado autoridades e a própria comunidade em busca de soluções. A imprudência, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), é um dos principais fatores que contribuem para essa realidade.

Foram seis mortes registradas em 14 dias nas rodovias de Cascavel. Um aumento de 50% em relação ao ano de 2024, e o maior número de mortes já registrado na cidade desde o ano de 2020.

“Estamos enfrentando um dos piores anos dentro dessa década. É uma década que temos de trabalhar a redução de 50% nos óbitos, e neste ano, maio está sendo assustador principalmente nas rodovias. Temos que estancar isso, não é aceitável nenhuma morte, muito menos seis como aconteceu até agora em maio”, explicou Luciane de Moura, que é presidente do Cotrans.

O alerta também fica por parte dos locais onde atropelamentos acontecem: grande maioria há poucos metros de passarelas. A travessia de pedestres em rodovias, especialmente em áreas urbanas cortadas por pistas de tráfego intenso, representa um dos maiores riscos. A PRF orienta que esse tipo de deslocamento seja feito apenas por passarelas ou pontos considerados seguros, e alerta para o perigo de tentar cruzar pistas de alta velocidade. Ao mesmo tempo, condutores devem manter atenção redobrada, especialmente em áreas com maior circulação de pessoas.

A situação em Cascavel reflete um problema mais amplo: toda a região Oeste do Paraná tem registrado alto índice de acidentes com mortes nos últimos meses. Trechos como os das BRs 277, 369 e 163, que cruzam cidades importantes como Toledo, Marechal Cândido Rondon e Foz do Iguaçu, frequentemente aparecem nos boletins policiais com relatos de colisões, capotamentos e atropelamentos, muitos deles fatais.

“Aqui na nossa parte urbana onde a PRF atende, que pega as três principais rodovias, 369, 467 e 277. O número de acidentes nesse período, de janeiro até o dia 14 de maio, foi menor que em 2024, com número de vítimas semelhantes. Porém a gravidade desses acidentes foi maior. A gente pede aos usuários da rodovia, seja condutor, passageiros, pessoas que necessitam de veículo de aplicativo, ciclista, que tenha cuidado. O trânsito é feito por esse conjunto de participantes e nisso a PRF tenta orientar pela consciência e a responsabilidade dos usuários”, afirmou o policial rodoviário federal, Edir Veroneze.

O trecho da BR-277 em Santa Tereza do Oeste é um dos que tem registrado um grande número de acidentes. Na última sexta-feira (16), por exemplo, um grave acidente envolvendo um motorista de caminhão que estava embriagado, um carro e um ônibus, resultou na morte de duas pessoas. Ainda nesse mês, outro acidente foi registrado no mesmo trecho, quando um motociclista bateu contra um caminhão, que tentava cruzar o trevo de acesso ao município.

Vale lembrar, que maio é o mês destinado a conscientização no trânsito, com a campanha do Maio Amarelo. Em Cascavel, várias ações estão sendo realizadas para conter a violência no trânsito do município.

“Maio amarelo está se tornando para nós um maio vermelho, porque mesmo com todo dia a gente falando de conscientização, as pessoas seguem morrendo se envolvendo em sinistros graves”, afirmou

A escalada da violência no trânsito da região reforça a necessidade de campanhas permanentes de conscientização, investimento em infraestrutura e ações integradas de fiscalização. O objetivo é claro: reduzir os acidentes, preservar vidas e tornar as rodovias mais seguras para todos.