Luto e cuidado: Deise Rosa Schroder compartilha reflexões no Podcast Diamant

O Caderno Mais+ traz como destaque uma conversa sensível e transformadora com a psicóloga Deise Rosa Schroder no Podcast Diamant, da Gazeta do Paraná. O episódio conduzido por Fabi Mesquita mergulha no tema do luto, não como fim, mas como parte inevitável da experiência humana. 

O Podcast Diamant foi criado para revelar histórias de superação, crescimento e transformação, assim como os diamantes, que surgem da pressão e do tempo. E Deise Rosa Schroder é uma dessas joias raras: alguém que transforma dor em cuidado e sofrimento em aprendizado.

Embora o luto seja um processo natural diante da perda, ele pode se tornar prejudicial à saúde quando se manifesta de forma intensa, duradoura e interfere nas atividades diárias da pessoa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o luto prolongado como um transtorno mental, conforme estabelecido na Classificação Internacional de Doenças (CID). Além disso, a mais recente edição do manual diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria (APA) também passou a classificar esse quadro como um transtorno mental.

Durante a entrevista, a psicóloga reflete sobre o luto como um processo natural, contínuo e particular. “A perda começa ainda no nascimento. Ao deixarmos o útero, já vivemos nossa primeira despedida. Ao longo da vida, perdemos pessoas, fases, lugares e até sonhos. Cada luto tem sua história e precisa de tempo para ser vivido”, afirma.

Deise compartilha sua trajetória e o olhar atento que construiu ao longo dos anos em relação à dor causada pelas perdas. Sua ligação com a psicologia começou na adolescência, enquanto trabalhava como auxiliar em uma pré-escola, momento em que percebeu seu desejo de ensinar e cuidar. “Cheguei a pensar em ser professora, mas encontrei na psicologia um caminho mais profundo, que une conhecimento e acolhimento”, revela.

Fabi ressalta a suavidade com que Deise trata temas delicados: “Sua fala traz um conforto que faz a dor se sentir acolhida, sem a pressão de ter que ser superada rapidamente”, expressa Fabi. Para Deise Rosa, essa escuta cuidadosa é fundamental: “Quem enfrenta o luto não busca soluções imediatas, mas sim alguém que esteja presente ao seu lado", diz Deise.

 

Depoimento

Eva Maria Souza, que perdeu seu esposo há pouco mais de um ano, compartilhou sua experiência pessoal sobre o luto. Para ela, o tempo não diminui a força da saudade. “Não importa quanto tempo passe, a saudade continua a mesma. A vida precisa seguir, mas o coração jamais esquece”, relata emocionada, ressaltando a importância de acolher e respeitar essa dor que permanece, mesmo com o passar dos meses.

A psicóloga também aponta para o modo como a sociedade lida, ou evita lidar com o sofrimento. Frases como “seja forte” ou “vai passar” são comuns, mas muitas vezes reforçam o silenciamento. Ao longo do episódio, ela aborda diferentes formas de perda, como o luto invisível e as dores que não são reconhecidas publicamente. Para ela, negar ou reprimir a tristeza é adoecer em silêncio. “Aquilo que não é nomeado, vira angústia. Se a dor não encontra espaço, ela se transforma em ansiedade, insônia, doenças físicas”, descreve a psicóloga.

Com mais de uma década de atuação como psicóloga, Deise acredita que o papel do profissional de saúde mental não é consertar ninguém, mas estar ao lado. “A escuta tem poder de cura. Caminhar junto transforma tanto o paciente quanto o terapeuta. Eu ensino, mas aprendo todos os dias com cada história que escuto”, informa.

A conversa termina com um lembrete poderoso: o luto é a forma como o amor continua a existir, mesmo após a perda. “A ausência permanece, mas a gente aprende a seguir. Com lembrança, com carinho, com respeito pelo próprio tempo”, conclui Deise.

Quer entender mais sobre o tema? Confira a entrevista completa no canal da Gazeta do Paraná no YouTube: @gazetadoparana. Compartilhe com quem precisa e não se esqueça de se inscrever no nosso canal e ativar o sininho de notificações para ficar por dentro de todos os nossos conteúdos!.

 

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Reprodução Youtube Gazeta 

Créditos: Redação Gazeta