General diz que plano de matar Lula e Moraes era “um pensamento digitalizado”

Militar da reserva admite autoria de documento que cita morte de autoridades, mas afirma que material não foi compartilhado

Por Gazeta do Paraná

General diz que plano de matar Lula e Moraes era “um pensamento digitalizado”

O general da reserva Mario Fernandes declarou, nesta quinta-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que foi ele quem elaborou o documento chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que mencionava planos para a morte de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes (STF). Em depoimento ao juiz Rafael Henrique Tamai Rocha, Fernandes alegou que o arquivo era apenas “um pensamento digitalizado”, fruto de uma análise de riscos, e que nunca foi compartilhado.

“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilado de dados, um pensamento, uma análise de riscos. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém”, declarou o general. Ele acrescentou que, caso seu HD fosse extraído, nada novo seria acrescentado ao processo e afirmou: “Hoje, me arrependo de ter digitalizado isso”.

Mario Fernandes é réu em ação penal que investiga uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022. A acusação envolve outros membros do chamado “núcleo 2”, que teria utilizado a máquina pública, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação no segundo turno, principalmente no Nordeste, onde Lula possui maior eleitorado.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, além de Fernandes, são réus nesse núcleo: Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da PRF), Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do DF), Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência), Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro) e Marília Ferreira de Alencar (delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública do DF).

De acordo com a denúncia, Mario Fernandes ficou responsável pelo monitoramento e possível neutralização de autoridades, enquanto outros membros atuavam na articulação política e na tentativa de impedir a posse de Lula por meio de ações institucionais e de influência sobre as forças de segurança.

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