Copa Oeste de Capoeira chega à 4ª edição em Foz do Iguaçu
Delegação de Cascavel, liderada por Mestre Mestrinho, busca manter hegemonia na competição e valorizar a capoeira como instrumento de inclusão
Por Da Redação

Foto: Divulgação
Foz do Iguaçu será o centro da capoeira paranaense neste sábado (28), com a realização da 4ª edição da Copa Oeste de Capoeira. O evento, que cresce a cada ano, deve reunir mais de 300 atletas de diferentes cidades do estado. Representando Cascavel, o Mestre Aristeu Oliveira dos Santos, o Mestre Mestrinho, esteve na Gazeta do Paraná nesta quinta-feira (26) para falar sobre a competição e o papel de destaque que a cidade tem na modalidade.
A disputa será realizada das 9h às 18h, no ginásio do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Cascavel está representada com a Escola de Capoeira Arte Luta, que levará cerca de 20 integrantes, entre competidores, árbitros e organizadores. “A expectativa é grande. Tivemos bons resultados nas três edições anteriores e vamos confiantes para mais uma. Mas o mais importante é o fortalecimento da capoeira como um todo”, afirmou Mestrinho.
Depois de passar por Cascavel na edição de 2023, a Copa deve voltar à cidade em 2026, com a 5ª edição já garantida por meio do apoio da Itaipu Binacional. Em 2024, o evento atinge seu maior número de inscritos até o momento. “No ano passado tivemos 200 atletas em Cascavel. Em 2023, foram 120 em Foz. Agora, ultrapassamos 300. Isso mostra o crescimento da capoeira na região e a força que ela vem ganhando”, destacou o mestre.
Mestrinho também reforça que, mais do que a busca por pódios e medalhas, o evento é uma vitrine da capoeira como ferramenta de transformação. “A capoeira não é só esporte. É cultura, é educação, é inclusão social. Cada campeonato reforça isso”, completou.
A Copa Oeste é promovida pela Associação de Capoeira Pedagógica (Acape), com organização do Contramestre Fábio Castilha e chancela do Grupo Muzenza. O evento é reconhecido pela qualidade técnica e pela estrutura bem organizada, com arbitragem especializada e categorias que atendem diferentes faixas etárias, gêneros e graduações. Há também espaço para atletas com necessidades específicas, que terão oportunidade de mostrar suas habilidades com o mesmo destaque.
Capoeira em Cascavel
Considerado o grande pioneiro da capoeira em Cascavel, Mestre Mestrinho é uma referência da modalidade no município. Desde a chegada da prática à cidade, em 1981, ele tem papel decisivo na consolidação de um trabalho que hoje é exemplo em todo o estado. “Cascavel se tornou um polo da capoeira. Atuamos em escolas públicas, privadas, temos sede própria e diversos grupos sérios fazendo a diferença nos campos da educação, cultura e esporte”, diz com orgulho.
Para ele, a capoeira vai além do jogo e da roda. “É uma arte marcial brasileira, presente em mais de 180 países. E é também um instrumento pedagógico. Com ela, trabalhamos história, geografia, português, matemática. Os resultados aparecem no dia a dia com nossos alunos”, pontua.
Com mais de 50 anos dedicados exclusivamente à capoeira, Mestrinho tem reconhecimento nacional e internacional. Desde 1996, atua em escolas municipais e projetos sociais. Foi professor da Apae por 15 anos e continua envolvido em iniciativas com pessoas com deficiência auditiva. “Sempre buscamos um trabalho sério e comprometido com a sociedade. Isso gera frutos”, avalia.
Entre suas conquistas, estão premiações como uma honraria internacional pelo trabalho social, o Prêmio Berimbau de Ouro (Salvador-BA) e o chamado “Oscar da Capoeira”, na categoria de melhor escola, vencido no ano passado.
“Esses prêmios não são o objetivo, mas mostram que estamos no caminho certo. A capoeira, que já foi marginalizada, hoje é reconhecida como patrimônio do Brasil e da humanidade. Ver ex-alunos que começaram com 5 ou 6 anos hoje formados e atuando como educadores é, sem dúvida, a maior recompensa”, conclui o mestre.
