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Caso Renata Muggiati: entenda como será o júri popular em Curitiba

Por Giuliano Saito


Raphael Suss é acusado de matar a fisiculturista e jogar corpo da janela. Julgamento está previsto para esta quarta (8). Casal tinha relação conturbada, segundo familiares. Renata Muggiati e Raphael Suss Marques Reprodução/RPC O julgamento do médico Raphael Suss Marques, acusado de matar a fisiculturista Renata Muggiati e de jogar o corpo pela janela do 31º andar, começará nesta quarta-feira (8) com a escolha dos jurados. Sorteio selecionará, entre as quase 100 pessoas convocadas, sete integrantes para o Conselho de Sentença. Veja detalhes abaixo. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O júri popular do réu será em Curitiba, no Tribunal do Júri, quase oito ano após a morte. Renata e Raphael eram namorados e moravam juntos em um prédio no Centro da capital. Desde o primeiro momento, ele nega ter matado e jogado o corpo da fisiculturista. O médico alega que ela cometeu suicídio. O réu está preso desde fevereiro de 2019, após idas e vindas da prisão. Raphael Suss responde por homicídio, com qualificadoras de feminicídio, meio cruel, recurso que impossibilitou defesa da vítima e motivo torpe. Ele também é acusado de lesão corporal e fraude processual. O g1 procura a defesa do acusado. Como será o julgamento O julgamento começa após a escolha dos jurados por sorteio. O grupo que integra o júri se chama Conselho de Sentença e é formado por sete pessoas. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) informou que, para o julgamento de Raphael, 86 jurados foram convocados para o sorteio desta quarta. Raphael Suss Marques foi preso nesta terça-feira (26) Polícia Civil / Divulgação Todos os homens e mulheres selecionados para o sorteio foram requisitados pelo juízo por lista de órgãos públicos, de acordo com o TJ. No Brasil, o serviço de júri é obrigatório. Durante o sorteio, cada parte envolvida, acusação e defesa, pode recursar até três jurados sorteados. Os jurados fazem um juramento prometendo analisar de forma imparcial e decidir sobre o caso. Em seguida começa a sessão do júri. Os membros selecionados ficam incomunicáveis após o sorteio. Se a Justiça achar necessário, pode determinar que eles fiquem isolados no fórum. "Se preciso, jurados e testemunhas serão encaminhados a hotel, ao final do dia, mantida a incomunicabilidade, retornando para continuidade dos trabalhos no dia seguinte. A incomunicabilidade é certificada pelo Oficial de Justiça que os acompanha", explicou o tribunal. Andamento do júri De acordo com o Poder Judiciário, os escolhidos para o júri popular acompanharão os depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa, de peritos, assistentes técnicos. Por último é feito o interrogatório do réu. Depois, começam os chamados debates: acusação e defesa terão 1h30 cada para argumentar. Na sequência, cada parte tem direito a mais uma hora de réplica ou tréplica. O júri decide Após os debates, o júri popular vai para a fase de quesitação, quando os jurados são questionados sobre se condenam ou absolvem o réu. Os jurados também podem fazer perguntas às testemunhas por intermédio do juiz. O júri deve tomar a decisão com base no que ouviu ao longo do julgamento. Em cédulas entregues a cada um, os jurados também respondem com "sim" ou "não" sobre a materialidade, autoria e qualificadoras das acusações pelas quais o réu responde. As respostas são sigilosas e individuais. Os votos são contados. Ao chegar em quatro votos iguais, o juiz encerra a contagem e o veredito é anunciado. O juiz, então, acompanha a decisão da maioria e faz a dosimetria da pena, ou seja, determina qual a pena cabível no caso, de acordo com as circunstâncias admitidas pelo Conselho de Sentença. Relembre o caso Renata Muggiati Initial plugin text Renata Muggiati foi encontrada morta em Reprodução/Facebook Como foi a investigação do caso Muggiati O caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios de Curitiba. O Instituto Médico-Legal (IML) fez pelo menos três laudos do caso. O médico-legista Daniel Colman foi o primeiro a fazer perícia em Renata, em setembro daquele ano, e atestou que a fisiculturista não tinha sido asfixiada antes da queda. Mais tarde, outro laudo produzido por uma junta de médicos-legistas apontou o contrário. Colman foi demitido e, depois, virou réu na Justiça junto ao perito Francisco Moraes Silva por terem um laudo de exame de necrópsia com falsa conclusão em relação à causa da morte. Conforme o MP-PR, os dois fizeram um novo laudo pericial - um mês depois da morte da atleta. Mesmo sem ter tido novo acesso ao corpo, nem aos exames complementares, eles realizaram uma falsa perícia com dados falsos, não relatados ou anotados anteriormente. O corpo de Renata chegou a ser exumado e, em laudo, foi confirmada a morte por asfixia antes da queda. Ao longo do processo, uma reconstituição também foi feita pela polícia com uso de um boneco para simular a queda de Renata Mugiatti. O relacionamento Renata Muggiati e Raphael Suss Marques se relacionaram durante onze meses. Testemunhas ouvidas ao longo do processo relataram episódios em que o médico agrediu fisicamente e ameaçou Renata. Os amigos disseram, também, que durante o namoro, ela se afastou da vida social, do trabalho e das competições, perdeu peso e aparentava sofrimento emocional. Amigos afirmam que durante o namoro Renata aparentava sofrimento emocional Arquivo/RPC VÍDEOS: reveja reportagens sobre a morte da fisiculturista em Curitiba Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.