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Cascavel recebe espetáculo cultural “Arame Farpado – Poesias e Modas Caipiras”

Projeto cultural em Cascavel resgata memórias da vida simples e promove encontro entre gerações com poesia, música e teatro voltados à melhor idade

Por Da Redação

Cascavel recebe espetáculo cultural “Arame Farpado – Poesias e Modas Caipiras” Créditos: Divulgação

A melhor idade é como um livro: cada página carrega lembranças, lições e histórias que não podem ser esquecidas. Mais do que valorizar essa vivência, é preciso criar espaços para que ela seja compartilhada e celebrada. A cultura, nesse sentido, é uma das pontes mais fortes entre gerações, capaz de resgatar memórias, provocar emoções e aproximar pessoas de diferentes idades em torno de experiências comuns.

E um projeto cultural vem cumprindo esse papel ao unir poesia, música e teatro em uma proposta feita sob medida para os idosos, mas que encontra eco em todas as faixas etárias.

O Centro de Convivência do Idoso Felicidade do Idoso, em Cascavel, será palco no próximo dia 12 de setembro, às 14h, do projeto “Arame Farpado – Poesias e Modas Caipiras”, iniciativa que une literatura, música e teatro em um encontro pensado especialmente para a melhor idade, mas que alcança todas as gerações.

Idealizado pelos atores e poetas Miguel Joaquim das Neves e Solange Ezequiel, o projeto foi aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, do Ministério da Cultura e Governo Federal. Além das apresentações artísticas, o evento contará com a participação da palestrante Luciane Martini, com mais de 15 anos de experiência, e com interpretação em Libras realizada por Graze Cantelle, ampliando a acessibilidade.

Miguel, ator profissional, poeta e integrante da Academia de Letras de Cascavel, ressalta a proposta do trabalho. “O Arame Farpado é um projeto voltado para a melhor idade, mas que acaba abraçando todo mundo. É poesia, música e reflexão. Queremos abrir espaço para diálogo, emoção e memória cultural”, afirmou.

Segundo ele, o espetáculo mistura modas de viola que fazem parte da memória popular, como Fuscão Preto e Estrada de Ouro Fino, com poesias que resgatam imagens da roça, da mina d’água e da vida simples do interior. “Transformamos em poesia lembranças da nossa cultura raiz. É um trabalho bonito e emocionante”, completou.

A iniciativa já passou por cidades como Céu Azul, Nova Aurora, Corbélia e Cafelândia, sempre com grande adesão do público idoso, mas também com participação de jovens e crianças. “Em Nova Aurora, um professor levou cerca de 40 alunos para assistir junto aos idosos. Foi emocionante ver crianças de 10 anos e senhores de 80 ou 90 compartilhando o mesmo espaço e a mesma energia. Essa troca de gerações é um dos grandes objetivos do projeto”, relatou Miguel.

Com mais de 30 anos dedicados ao teatro, o artista afirma que o projeto foi pensado para garantir inclusão e acessibilidade em todas as etapas. “Não adianta levar um espetáculo para um espaço onde os idosos não conseguem chegar. É preciso ter sensibilidade. Esse trabalho foi construído com muito cuidado para ser, de fato, inclusivo e participativo”, destacou.

Para Solange Ezequiel, a força do espetáculo está justamente na capacidade de despertar memórias e criar identificação com o público. “Eu vou falando sobre a vida na roça e eles logo começam a lembrar. Conto do ranchinho simples, do terreiro de chão batido, do fogão de barro onde se fazia polenta, arroz, feijão e mandioca. Quando eles escutam, dizem: ‘É verdade! Era assim mesmo’. É uma passagem de tempo que emociona”, explicou.

Ela acrescenta que o projeto vai além da arte: busca combater o isolamento social e estimular a convivência. “Eles saem de casa, se encontram, pedem música, cantam juntos, conversam. Isso devolve brilho ao olhar, traz alegria e fortalece a memória. Muitos já perguntam quando voltaremos. É maravilhoso ver essa interação”, disse.

Miguel das Neves e Solange Ezequiel estiveram na Gazeta do Paraná para divulgar o projeto. Gabriel Porta/GP

 

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