Neste fim de semana, o Campeonato Paranaense 2025, popularmente conhecido como “Ruralzão”, está de volta. Em sua 111ª edição, o torneio traz o Coritiba, maior campeão da competição com 39 títulos, e o Athletico-PR, atual bicampeão, em busca do tricampeonato. O Furacão tem 28 conquistas.

A Gazeta do Paraná, como sempre, estará atenta à performance do Cascavel, time da casa, mas também dedica espaço aos outros 11 clubes participantes. Para você, leitor, preparamos um guia completo, com análises e curiosidades sobre o campeonato.

Após eliminação nas quartas de final em 2024, o Cascavel busca um desempenho melhor para garantir vaga na Série D e Copa do Brasil em 2026. Os grandes da Capital, Athletico-PR e Coritiba, não chegam com grande moral. O Furacão amargou o rebaixamento no Brasileirão, enquanto o Coxa encerrou 2024 em queda livre na Série B. O Paraná Clube, por outro lado, retorna à elite estadual após dois anos de drama na Segunda Divisão. Times do interior, como Operário, Londrina – campeão do interior em 2021 – e Maringá, vice-campeão estadual em 2024, entram com ambições de conquistar a taça.

Regulamento
O Campeonato Paranaense de 2025 seguirá o formato dos últimos cinco anos, com uma fase de turno único e mata-mata a partir das quartas de final. A alteração nas datas do torneio foi necessária devido ao novo calendário do futebol brasileiro, definido pela CBF, que encurtou a duração dos campeonatos estaduais e antecipou o início da Série A do Campeonato Brasileiro para o final de março.

Andraus
O Andraus teve uma campanha surpreendente em 2024 ao se manter na elite do futebol paranaense. Para este ano, o Gigante da Pedreira almeja conquistar uma vaga em competições nacionais para o ano que vem. A equipe aposta na sequência do trabalho do experiente técnico Claudemir Sturion, que fará sua terceira passagem pelo clube. Em 2022, Sturion foi o treinador responsável pelo acesso à elite paranaense, e em 2024 comandou a equipe na manutenção na primeira divisão. Há também novidades importantes para esta temporada. A primeira é que o Andraus mandará seus jogos na Vila Olímpica, no Boqueirão, estádio cedido pelo Paraná Clube. A segunda é dentro de campo: o retorno do meia Hiago, que foi destaque do Andraus no primeiro semestre do ano passado. Hiago se transferiu para o Paraná, onde brilhou na disputa da Série Prata, e agora retorna para ser o protagonista do meio-campo da equipe.

Athletico
Atual bicampeão paranaense, o Athletico terá no Estadual um grande teste para a disputa da Série B do Brasileiro neste ano. A expectativa no Furacão é ajustar e reformular o elenco para evitar sustos na Segunda Divisão. Com 28 títulos paranaenses, o Furacão busca o tricampeonato em 2025. Reformulado, o time contabiliza as saídas de ídolos como o volante Fernandinho e o meia Nikão. Também deixaram o clube o zagueiro Thiago Heleno, os laterais Esquivel e Léo Godoy, e o atacante Canobbio. Pablo também deve sair. Após a demissão do técnico Lucho González, Maurício Barbieri foi escolhido como o novo comandante rubro-negro. Depois de uma passagem pelo Juárez, do México, Barbieri segue em busca do primeiro título da carreira. O ataque do Furacão recebeu reforços, com Luiz Fernando, que estava no Atlético-GO, e Matheus Babi, que retorna ao clube após períodos de empréstimo.

Azuriz
Indo para seu quinto ano seguido na elite, o Azuriz quer se firmar entre os principais clubes do interior do Estado. O time de Pato Branco alterna entre boas e más temporadas, o que resultou em um 2024 sem calendário nacional. No entanto, neste ano, o Azuriz disputará a Série D, graças ao bom desempenho no Estadual passado. A equipe do Sudoeste do Estado aposta na manutenção da base da temporada anterior. Jogadores como o lateral Williams Bahia, o volante Xavier e o atacante Wellisson, que participaram do Paranaense 2024 e saíram no segundo semestre, estão de volta. Para 2025, o time da Gralha Azul escolheu o técnico Emerson Cris, que estava no Concórdia-SC. O destaque do elenco é o centroavante venezuelano Marco Bustillo, de 28 anos, que atuava pelo Metropolitanos-VEN. Bustillo tem sido uma das principais peças da equipe nos amistosos de pré-temporada.

Cascavel
Finalista em 2021 e 2023, o Cascavel teve um desempenho razoável no Estadual do ano passado, parando nas quartas de final, mas garantindo vaga na Copa do Brasil e na Série D deste ano. O técnico Silvinho Canuto, ex-Monte Azul-SP, foi o escolhido para comandar a equipe, que começou a pré-temporada em outubro do ano passado. Algumas peças do elenco foram mantidas, como Rodrigo Alves, Danilo Peu, João Pedro e Robinho. Novas contratações também chegaram, como os atacantes Gustavo Schutz e Josiel. Para este ano, o foco do Cascavel é novamente buscar as competições nacionais para 2026. Para isso, a Serpente conta com os gols de Schutz, peça importante no elenco do Itabaiana-SE em 2024, onde marcou 14 gols em 33 jogos.

Cianorte
Tentando se firmar no ramo das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), o Cianorte apresenta, para este ano, um investimento bem bacana considerando ser um time do interior. O Leão do Vale do Ivaí foi o primeiro time do Paraná a iniciar a pré-temporada, ainda em outubro de 2024. Essa preparação antecipada visa fortalecer o elenco para atingir o principal objetivo da temporada: garantir calendário nacional em 2026. O técnico Jerson Testoni segue no comando do Cianorte, e a diretoria acredita que ele é a pessoa certa para levar o time a conquistas tanto no cenário estadual quanto no nacional. Algumas contratações já foram feitas, como os laterais Romailson, Léo Azevedo e Vinicius Silva, o zagueiro Luciano e o atacante Nathan Palafoz, todos anunciados ainda em 2024. Também há remanescentes importantes, como o goleiro Tiepo, o zagueiro Euller e o meia Guilherme Beléa. Um dos principais reforços é o atacante japonês Yosuke Morishige, conhecido como Mori, que vem sendo destaque nos amistosos de pré-temporada do clube.

Coritiba
Falando em SAFs, talvez o Coritiba seja um exemplo de modelo que não deu certo no futebol brasileiro. A TreeCorp, grupo detentor de 90% do Coxa, tomou decisões no futebol que não trouxeram resultados em campo, e a torcida está insatisfeita. Por isso, o Paranaense, competição na qual o Coxa é o maior campeão do estado, com 39 títulos, é visto como um espaço para reformulação, com novo técnico e reforços visando a reconstrução do clube. O principal objetivo do ano é conquistar o acesso à Série A. A competição marcará a estreia de Mozart como técnico do Coritiba, em seu retorno ao clube onde iniciou a carreira como jogador e como treinador. Até o momento, o Alviverde anunciou reforços como o zagueiro Rodrigo Moledo, o lateral Rafinha, o volante Geovane e os atacantes Dellatorre e Caio Matheus. Já o lateral Natanael pode deixar a equipe.

Londrina
O Londrina tem uma certa hegemonia no futebol paranaense. Dos últimos três títulos estaduais de um time do interior Paranaense, dois foram conquistados pelo Londrina, em 2014 e 2021. O Alviceleste possui ainda mais três títulos, em 1962, 1981 e 1992, sendo o maior campeão do interior no Estado. Após o título de 2021, o Londrina parou nas quartas de final em 2022 e 2024 e, em 2023, não conseguiu avançar da primeira fase. Neste ano, o LEC conta com o mesmo técnico que encerrou a última temporada: o experiente Claudinei Oliveira, que quase conquistou o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Dentro de campo, o LEC aposta na manutenção de algumas peças do elenco de 2024, como o meio-campista Gustavo França e o atacante Henrique. O craque do Tubarão é o extremo Iago Telles, jogador mais criativo do elenco e capaz de tirar um coelho da cartola para ajudar o Londrina a alcançar seus objetivos.

Maringá
Vice-campeão em 2022 e 2024, o Maringá se consolida, atualmente, como a maior força do interior no futebol paranaense. O time, que já vem jogando junto há algum tempo, aposta na continuidade do trabalho do técnico Jorge Castilho. Essa moral do Dogão se deve, em parte, à presença na Série C do Brasileiro deste ano. No Paranaense, o foco do Maringá é seguir figurando entre os semifinalistas. Uma das novidades do elenco é o retorno do meio-campista Zé Vitor, que estava emprestado ao Athletico, além da manutenção do atacante Robertinho, peça-chave no time. O técnico Jorge Castilho, aliás, possui o segundo trabalho mais longevo do Brasil, ficando atrás apenas de Abel Ferreira, do Palmeiras. O Maringá participou do Torneio de Verão, junto com Cascavel, Londrina e Cianorte. Mesmo jogando duas vezes como visitante, o time venceu o Cascavel, perdeu para o Londrina e, na final, derrotou o Cianorte, ficando com a taça.

Operário
O Fantasma tem frequentado as semifinais nos últimos quatro anos. Ficou em terceiro lugar de 2021 a 2023 e, no ano passado, terminou na quarta colocação. A ausência de um título estadual tem gerado cobranças por parte da torcida em Vila Oficinas. Sob essa pressão, o técnico Bruno Pivetti fará sua estreia no comando da equipe, substituindo Rafael Guanaes, que esteve à frente do time por dois anos. A equipe de Ponta Grossa se reapresentou cedo, no dia 18 de dezembro, para iniciar os trabalhos com o novo treinador. Para a temporada de 2025, o Operário contratou dez reforços, incluindo o volante Fransérgio, ex-Coritiba e Athletico. Foram mantidos 18 atletas do elenco de 2024, ano em que o Operário garantiu sua permanência na Série B com uma boa campanha e chegou a disputar o acesso até a última rodada.

Paraná Clube
O Tricolor da Vila está de volta à elite do Estadual. Foram dois árduos anos na Série Prata, que quase levaram o Paraná ao ostracismo. E com o apoio fiel de sua torcida, o clube está de volta com planos ambiciosos. A meta principal é assegurar um calendário nacional para 2026, e para isso, o time precisa ao menos alcançar as quartas de final do Estadual, garantindo vaga na Série D. Com uma equipe totalmente reformulada e uma nova comissão técnica, o Paraná aposta no experiente técnico Argel Fuchs. Conhecido por suas passagens por grandes clubes brasileiros como Internacional, Figueirense, Coritiba, Ceará e Chapecoense, Argel chega com a missão de comandar a reconstrução do Tricolor. No elenco, apenas o atacante Liliu permaneceu do grupo que conquistou o título da Segunda Divisão em 2024. O Paraná investiu no mercado e trouxe reforços importantes, como o zagueiro Diego Ivo, e o meio-campista Gustavo Xuxa.

Rio Branco
O Rio Branco está de volta à elite do futebol paranaense após um rápido bate-volta na Série B. O acesso veio com o vice-campeonato da Série Prata em 2024. Agora, o Leão da Estradinha chega com novos ares, transformado em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). À frente desse projeto está Marcos Amaral, empresário de destaque no futebol paranaense, que firmou contrato de cinco anos com o clube e tem prioridade para adquirir a SAF. A equipe conta com o apoio de sua torcida, fundamental no retorno à primeira divisão, e com a chegada de reforços experientes, como o zagueiro Victor Ramos e os atacantes Cristaldo e Fernando Saldías. O comando técnico permanece com Fahel Júnior, responsável por liderar a campanha vitoriosa na Série Prata.

São Joseense
Sob a liderança de três ex-jogadores renomados, o São Joseense mira uma temporada de destaque em 2025. O clube da região metropolitana conta com Marlos Bonfim, ex-meia do Athletico e do Coritiba, atuando como diretor-executivo, enquanto o comando técnico está nas mãos de Lúcio Flávio, que acumulou passagens de sucesso por Botafogo e Paraná Clube. Já a função de gerente de futebol é desempenhada por Pachequinho, ídolo do Coritiba. Depois de enfrentar dificuldades na temporada passada e lutar contra o rebaixamento, o objetivo do São Joseense é escrever uma nova história. Dentro de campo, o experiente zagueiro Dirceu será o pilar da equipe, que também conta com jogadores conhecidos, como Calazans, ex-Fluminense e São Paulo, o volante Luizinho, ex-Coritiba, e o meia Thiaguinho, revelado pelo Paraná Clube.