Ataque aéreo de Israel contra hospital em Gaza deixa ao menos 19 mortos, entre eles quatro jornalistas
ONU cobra sanções e denuncia crimes de guerra após bombardeio em Khan Younis
Por Da Redação

Em mais um capítulo do conflito na Faixa de Gaza, um ataque aéreo israelense contra o Hospital Nasser, em Khan Younis, deixou ao menos 19 mortos nesta segunda-feira (25). Entre as vítimas confirmadas estão quatro jornalistas, além de socorristas e equipes de resgate, segundo informações do Ministério da Saúde local.
O bombardeio ocorreu em duas etapas, conforme relato da Defesa Civil de Gaza. A ofensiva, denunciou o porta-voz Mahmud Bassal, tem como objetivo “destruir todos os aspectos da vida dos cidadãos na Faixa de Gaza”. No momento do segundo ataque, a TV palestina Al-Ghad transmitia ao vivo o trabalho de resgate, mostrando a ação de equipes médicas e voluntários.
Morte de jornalistas
O Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza confirmou a morte de quatro profissionais de imprensa: Hossam al-Masri, da agência Reuters; Mohammed Salama, da rede Al Jazeera; Mariam Abu Daqa, colaboradora do The Independent Arabic e da Associated Press; e Moaz Abu Taha, da NBC. Outro fotógrafo da Reuters, Hatem Khaled, ficou ferido.
O médico Saber al-Asmar, que estava no hospital no momento da ofensiva, relatou à rede Al Jazeera o pânico instalado no local. “Estudantes de medicina estavam em sala de aula, pacientes recebiam tratamento, médicos e enfermeiros faziam seu trabalho, enquanto jornalistas se preparavam para cobrir a situação. O ataque provocou correria e muitos pacientes abandonaram seus leitos com medo de permanecer internados”, afirmou.
Reação internacional
A relatora especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, condenou o ataque e cobrou medidas mais duras da comunidade internacional contra Israel. Em publicação nas redes sociais, ela pediu sanções imediatas.
“Socorristas mortos em serviço. Cenas como esta se repetem em Gaza, muitas vezes invisíveis e não documentadas. Imploro aos Estados: quanto mais precisa ser testemunhado antes de agirem? Rompam o bloqueio. Imponham embargo de armas. Apliquem sanções”, escreveu.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) também se manifestou, classificando o episódio como prova da “absoluta brutalidade e sadismo da ocupação”. A organização acusou Israel e seus aliados, especialmente os Estados Unidos, de cumplicidade nos crimes de guerra cometidos na região.
Israel alega investigação
Diante da pressão internacional, o exército israelense afirmou que está “investigando” o caso. Em nota, disse ainda que “não tem jornalistas como alvo”. Entretanto, desde a intensificação dos bombardeios em outubro de 2023, ao menos 244 profissionais de imprensa já foram mortos em Gaza, conforme dados do Gabinete de Imprensa local.
O mesmo balanço aponta que os ataques israelenses, somados ao colapso humanitário, já causaram a morte de mais de 62 mil palestinos desde o início da ofensiva.
