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PL termina 2025 como maior bancada do Senado e amplia força para 2026

Partido ligado a Jair Bolsonaro supera o PSD após trocas partidárias e inicia ano eleitoral com 15 senadores

PL termina 2025 como maior bancada do Senado e amplia força para 2026 Créditos: Roque de Sá/Agência Senado/

O PL encerra 2025 como a maior bancada do Senado Federal e inicia o ano eleitoral de 2026 em posição estratégica. Após mudanças partidárias ao longo do ano, a sigla passou a ocupar 15 das 81 cadeiras da Casa, ultrapassando o PSD, que terminou o período com 14 senadores.

Avanço impulsionado por trocas partidárias

O crescimento do PL ocorreu principalmente em função de mudanças de legenda protagonizadas por parlamentares de centro-direita. Um dos movimentos decisivos foi a posse da senadora Eudócia Caldas, em fevereiro, após a renúncia de Rodrigo Cunha, eleito vice-prefeito de Maceió. Eudócia assumiu a vaga representando o PL de Alagoas.

O partido é presidido por Valdemar Costa Neto e tem como principal liderança política o ex-presidente Jair Bolsonaro, que mantém influência direta na estratégia eleitoral da sigla.

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PSD perde espaço no Senado

O PSD, comandado nacionalmente por Gilberto Kassab, perdeu uma cadeira em março, quando a senadora Daniella Ribeiro deixou o partido. A saída ocorreu após divergências internas relacionadas à possibilidade de fusão da legenda com o PSDB.

Após a desfiliação, Daniella passou a integrar a bancada do PP, contribuindo para a redução do espaço do PSD no Senado.

União Brasil também registra baixas

Outro partido afetado pelas mudanças foi o União Brasil, legenda do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP). A sigla perdeu nomes importantes ao longo de 2025, especialmente no Acre.

O senador Márcio Bittar migrou para o PL no início do ano, em movimento associado à estratégia de buscar a reeleição com apoio do bolsonarismo no Estado. Já Alan Rick deixou o União Brasil em novembro e retornou ao Republicanos, com o objetivo de viabilizar uma candidatura ao governo do Acre em 2026.

O cenário local inclui ainda a vice-governadora Mailza Gomes (PP), apoiada pelo União Brasil, o que intensificou as disputas internas.

Além disso, o partido pode enfrentar nova perda em 2026. O senador Efraim Filho articula uma candidatura ao governo da Paraíba, enquanto o União Brasil tende a apoiar o atual vice-governador Lucas Ribeiro (PP). O parlamentar já foi sondado pelo PL para uma eventual filiação.

Disputa pelo controle do Senado

A composição do Senado ganhou centralidade nas estratégias eleitorais de 2026 tanto da esquerda quanto da direita. A renovação de dois terços das cadeiras, 54 das 81, tem potencial para redefinir o equilíbrio político do país até 2035.

O controle da Casa é visto como prioritário pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por Jair Bolsonaro, que enxergam na maioria legislativa um instrumento decisivo para influenciar a governabilidade e a relação com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Cenário favorece a oposição

Para controlar a pauta e exercer plenamente as prerrogativas do Senado, são necessários ao menos 41 votos. O cenário atual, porém, é considerado mais favorável à oposição. Dos 27 senadores com mandato garantido até 2031, 17 têm alinhamento com a direita, enquanto apenas 7 são ligados ao governo federal.

Nesse contexto, aliados de Bolsonaro precisam eleger 24 dos 54 senadores em disputa para alcançar a maioria. Já o campo governista, liderado por Lula, terá de conquistar 34 cadeiras para reverter a correlação de forças no Senado.

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