Ex-prefeito de Lajeado deixa secretaria estadual após ser alvo de operação da PF
Marcelo Caumo pediu afastamento do governo do Rio Grande do Sul para se dedicar à defesa, após ser investigado na Operação Lamaçal
Por Da Redação
Créditos: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O ex-prefeito de Lajeado (RS) Marcelo Caumo pediu, nesta quinta-feira (13), afastamento do cargo de secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul. A decisão ocorreu dois dias após ele ter sido alvo da Operação Lamaçal, deflagrada pela Polícia Federal (PF) com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga crimes contra a administração pública e lavagem de capitais envolvendo recursos destinados ao município durante as enchentes de maio de 2024.
A investigação apura possíveis irregularidades na aplicação de verbas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) repassadas à prefeitura de Lajeado no período de calamidade. Caumo, que assumiu o cargo no governo estadual em abril deste ano, afirmou nas redes sociais que decidiu deixar a função para concentrar esforços na apresentação de sua defesa.
Ele declarou que ainda não teve acesso completo aos autos, mas que pretende esclarecer todas as suspeitas levantadas na operação. O ex-prefeito administrou Lajeado entre 2017 e 2023 e disse sentir “um sentimento de injustiça muito latente”.
Segundo a Polícia Federal, as suspeitas envolvem um procedimento de dispensa de licitação realizado pela prefeitura para contratação de uma empresa responsável por fornecer serviços terceirizados, como psicólogo, assistente social, educador social, auxiliar administrativo e motorista. A justificativa utilizada foi o estado de calamidade pública decretado pelo município em 2024.
A PF afirma haver indícios de que a contratação direta não observou a proposta mais vantajosa e que os valores pagos estariam acima dos praticados no mercado. O conjunto de contratos investigados soma aproximadamente R$ 120 milhões. Lajeado foi uma das cidades mais atingidas pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio.
Ainda na terça-feira, o governo estadual divulgou nota informando que a investigação não tem relação com a atuação de Marcelo Caumo enquanto secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano. O pedido de afastamento foi aceito para que ele possa se dedicar integralmente ao processo.
