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CBF lança Fair Play Financeiro e estabelece limite de gastos para clubes até 2029

Regulamento começa a valer em 2026 e prevê punições para times que ultrapassarem teto de despesas e endividamento

CBF lança Fair Play Financeiro e estabelece limite de gastos para clubes até 2029 Créditos: Junior Souza / CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou na terça-feira (11) o projeto de Fair Play Financeiro, um novo sistema de controle econômico que começará a funcionar no futebol brasileiro a partir de janeiro de 2026. O objetivo é garantir maior equilíbrio entre receitas e despesas dos clubes e evitar crises financeiras que têm se repetido no futebol brasileiro.

O modelo será implementado de forma gradual até 2029, quando passará a vigorar integralmente. A partir da data, as despesas com salários e amortizações de atletas não poderão ultrapassar 70% da receita total de cada clube. O endividamento de curto prazo também terá um limite máximo, fixado em 45% da receita.

O controle sobre as finanças dos clubes começa já em abril de 2026, quando a CBF passará a fiscalizar de forma contínua a folha de pagamento e o balanço de contratações.

Punições e fases de transição

O sistema prevê sanções progressivas para quem descumprir as regras. Na primeira infração, o clube deverá apresentar um plano de ajuste financeiro e ficará sob monitoramento da entidade.

Em caso de reincidência, poderão ser aplicadas medidas como:

  • advertência pública;

  • multa;

  • bloqueio de receitas;

  • proibição de registrar atletas (transfer ban);

  • perda de pontos;

  • rebaixamento;

  • suspensão ou cassação da licença de clube.

As normas terão fases de transição até 2028, período em que os clubes poderão se adequar gradualmente às novas exigências.

Regras para clubes em recuperação judicial

A partir de 30 de abril de 2026, times em recuperação judicial ou que firmarem acordos coletivos com credores estarão sujeitos a um regime especial de controle.

Durante o processo, o valor total da folha salarial não poderá ultrapassar a média dos três meses anteriores ao início da recuperação, evitando que o clube aumente gastos com contratações.

Além disso, durante as janelas de transferência, só será permitido comprar atletas com o valor arrecadado em vendas, impedindo aumento de endividamento durante o período de reestruturação financeira.

Outros pontos do regulamento

O projeto também define prazos e metas de equilíbrio fiscal:

  • Dívidas recentes deverão ser quitadas até janeiro de 2026;

  • Dívidas antigas poderão ser regularizadas até novembro do mesmo ano;

  • A partir de 2028, os clubes precisarão registrar resultado operacional positivo ou neutro, com receitas relevantes iguais ou superiores aos custos.

O modelo brasileiro foi inspirado no Fair Play Financeiro da UEFA, aplicado no futebol europeu, mas adaptado à realidade econômica nacional.

A CBF informou que o texto final do regulamento será apresentado até o dia 26 de novembro e que as regras poderão sofrer ajustes complementares antes da entrada em vigor.

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