Aluno de Direito vira réu por desviar dinheiro de comissão de formatura; prejuízo fez formandos desistirem do baile

De acordo com a Polícia Civil, estudante da PUC-PR confessou ter usado cerca de R$ 20 mil por estar com dificuldades financeiras. Parte dos alunos se reorganizou para fazer a festa. Aluno de Direito da PUC é acusado de desviar dinheiro da comissão de formatura Mais um grupo de universitários do Paraná enfrenta dificuldades para realizar a tão sonhada festa de formatura. No sábado (21), o g1 revelou o caso de alunos de Medicina de uma universidade particular de Maringá, no norte do Paraná, que ficaram sem o baile de formatura após a festa ter sido cancelada na véspera. Desta vez, em Curitiba, um estudante de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), que fazia parte da comissão de formatura, virou réu por desviar mais de R$ 20 mil arrecadados pelos formandos. O aluno apontado como o responsável pelo crime tinha sido escolhido pelos próprios colegas para a função de tesoureiro da comissão. Os universitários de três turmas de Direito denunciaram o caso à polícia no ano passado. A reportagem entrou em contato com a PUC-PR, mas não recebeu uma resposta. Os estudantes fizeram o boletim de ocorrência ao notar que parte do dinheiro, arrecadado desde 2018 para bancar o baile, tinha sumido da conta corrente da comissão de formandos. Polícia listou transferências feitas pelo tesoureiro para conta pessoal RPC Curitiba Uma das formandas conversou com a RPC. Ela preferiu não ser identificada e contou que vários estudantes desistiram da festa diante do prejuízo. "Quando foi informado para gente [do sumiço do dinheiro], estávamos numa reunião após nós tirarmos as fotos em grupo e as fotos individuais, todo mundo ficou em choque. No momento que ficamos sabendo do desvio teve gente que desistiu da formatura." Quando foi ouvido pelo delegado do caso, Osmar Antônio Dechiche, o estudante de 24 anos confessou que fez as transferências para a conta pessoal por enfrentar dificuldades financeiras. "Contudo, ele comprometeu-se a devolver aquele dinheiro num tempo razoável, num tempo hábil, para que não trouxesse um transtorno à formatura", disse o delegado. Mas, segundo os alunos, a promessa de devolver o dinheiro não foi cumprida. De acordo com as investigações, o dinheiro foi saindo aos poucos da conta corrente da comissão, por meio de mais de vinte transferências bancárias. O Ministério Público denunciou o aluno à Justiça, que já aceitou a denúncia pelo crime de apropriação indébita. Os promotores afirmam que o estudante agiu "dolosamente", ou seja, assumiu o risco de cometer o crime. Todas as transferências bancárias investigadas estão listadas no inquérito policial e na denúncia. O crime de apropriação indébita tem pena prevista de até quatro anos. Mesmo com o desvio do dinheiro, a festa de formatura vai sair. Parte dos estudantes se organizou pra cobrir o desfalque. "Além de arcar com prejuízo feito pelo tesoureiro, tivemos que arcar com prejuízos das desistências e ir atrás de quem quisesse participar para gente conseguir arrecadar ao máximo", contou um das formandas. Após o prejuízo, a formanda diz que deveria ter sido mais rígida no controle do dinheiro. "Percebi que deveria ficar mais em cima, desde 2019, cada o extrato bancário, cobrado balanço mensal. Agora, a nova comissão está fazendo isso, ficar mais em cima. Não confiem em quem está mexendo com seu dinheiro", aconselha. LEIA TAMBÉM: Paraná registra aumento de 30% em casos de feminicídios tentados ou consumados em 2022 Transporte público de 25 cidades da Região Metropolitana de Curitiba roda sem licitação, indica MP Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.