Aluguel de banheiro e de tomada: moradores e comerciantes aproveitam acampamento de fãs de Harry Styles para faturar
Por Giuliano Saito
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Na manhã de sexta-feira (9), havia mais de 50 barracas nas proximidades da Pedreira Paulo Leminski. Show do cantor é neste sábado (10). Fãs acampam há mais de um mês em fila para show de Harry Styles Mais de 50 barracas de fãs do cantor britânico Harry Styles ocupavam as calçadas das proximidades da Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, nesta sexta-feira (9). Algumas estão ali há mais de um mês, o que virou oportunidade para moradores e comerciantes da região faturarem. Entre os negócios que surgiram estão: aluguel de banheiro e de tomadas, venda de camisetas da turnê e de lembranças turísticas da capital paranaense. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Uma das moradoras que apostou no empreendedorismo é Rosa Gava, chamada de Dona Rosa e já conhecida pelas fãs acampadas no local. A aposentada mora ao lado da Pedreira e é dona de um prédio comercial da região. Ela conta que fechou "pacotes" para o uso do banheiro, que aluga tomadas e oferece também guarda volumes. "Eu sempre faço. Quando chega o pessoal da barraca eu já chego para fazer uma boa vizinhança. Esse trabalho para mim é bacana, faz amizades e ganha um dinheirinho também. A gente gosta de conversar, é bom", relata. Dona Rosa mora no local há 30 anos e aluga banheiros para os fãs que estão acampados Giuliano Gomes/PR PRESS Rosa afirma que mora há 30 anos no local, e há cerca de 8 anos construiu banheiros específicos para alugar a frequentadores dos shows que acontecem na Pedreira. Ela calcula que, desde que começou os negócios, o show do Harry Styles foi o que mais reuniu pessoas acampando. A moradora afirma que, apesar da quantidade de fãs, elas são "super comportadas". Saiba mais abaixo como é a dinâmica das acampadas. Leia também: Show do Harry Styles em Curitiba terá transporte gratuito ao fim da apresentação Van com produtos de Harry Styles é roubada no Paraná Camisetas e acessórios O vendedor Gideão Sadraque de Jesus é natural de São Paulo e trabalha com vendas de camisetas. Ele conta que é autônomo e acompanha as agendas de shows e eventos por todo o Brasil. Dessa forma, pode escolher as apresentações em que irá trabalhar. Gideão Sadraque de Jesus vende camisetas Giuliano Gomes/PR PRESS Para o show do Harry Styles em Curitiba, o vendedor inovou: além de camisetas está vendendo também plumas, acessório característico do cantor. "Foi uma ideia minha, vi em São Paulo que muitas meninas estavam usando as plumas. Acabou o show eu corri e fui comprar as minhas, agora trouxe para apresentar aqui. A procura tá grande, mas elas estão deixando mais para comprar na hora do show ou na saída", conta Gideão. Gideão chegou em Curitiba na quinta-feira (8). Antes, ele trabalhou no show de São Paulo, e afirma que as expectativas para as vendas na capital paranaense estão altas. "Senti que a galera é muito animada, estão curtindo bem o show, estão gastando bem, isso é bom. Aqui hoje já senti que vai ser melhor do que em São Paulo. Quando você chega no local, já sabe se vai ter uma firmeza no trabalho, e aqui eu senti que o negócio vai pegar fogo", afirma. Para o show em Curitiba, Gideão Sadraque de Jesus teve a ideia de vender plumas característica dos looks do cantor Harry Styles Mariah Colombo/g1 Ele explica que compra as camisetas de fornecedores e revende. Quando escolhe quais eventos irá acompanhar, faz uma pesquisa completa que começa bem antes dos shows. "Pesquiso o público, entro em grupos de fãs, mostro o meu material, falo do meu trabalho", relata. Leia também: Van com produtos de Harry Styles é roubada no Paraná A maior parte das vendas acontece logo após o show. A impressão do vendedor é que os fãs querem levar uma lembrança do evento para casa. As camisetas que sobram são disponibilizadas para venda pela internet. Turistas Glauco tem uma loja de lembranças turísticas Mariah Colombo/g1 Por outro lado, alguns comerciantes afirmam que não se beneficiam tanto com o acampamento das jovens. Glauco Salvaro possui uma loja de lembranças de Curitiba que fica bem próxima à Pedreira. Ele diz que a presença das barracas acaba espantando os turistas, principal público dele. Além disso, segundo o comerciante, em dias de shows a Ópera de Arame é fechada e não recebe turistas. Para os frequentadores dos shows, Glauco vende água e cerveja. Ele observa que nos shows de rock a venda da bebida alcoólica vai melhor. Porém, pelo público jovem do Harry Styles, as expectativas de vendas estão baixas. Glauco afirma que em dias de shows vende água e cerveja Mariah Colombo/g1 Acampadas O g1 conversou com a estudante curitibana Nathalia Hruschka Marini, que está acampada há 35 dias na primeira barraca da fila. Junto com ela, outras 60 pessoas se revezam na mesma barraca. Ela conta que foram os únicos por 10 dias, até que chegou a segunda barraca. Segundo a jovem, as pessoas que revezam no local se conheceram na fila para comprar os ingressos ou pela internet. Nathalia Hruschka Marini está na primeira barraca da fila Mariah Colombo/g1 Na espera pelo show. as fãs estudam, fazem provas, e enfrentam alguns perrengues. Entretanto, a jovem acredita que todo o esforço vale a pena. "A emoção e a vontade de estar no show superam todas as barreiras. É um esforço de estar aqui para depois ser recompensada. Estou extremamente animada, estou tendo o momento da minha vida", relata. Poucas barracas depois estão acampadas Julia Franco, de 20 anos, e Gabriela Feitosa, de 22. Elas vieram de outro estado para o show e alugaram uma casa usada como "base" e se revezam na espera pelo show. Fãs acampam em fila para o show do Harry Styles, em Curitiba Mariah Colombo/g1 Para elas, a melhor parte de acampar é conhecer outras pessoas, uma vez que todas estão lá com o mesmo objetivo. "Uma parte muito legal de acampar são as amizades, porque a gente acaba conhecendo as pessoas das outras barracas, vai conversando com a galera", afirma Julia. A advogada Andrea Montuleze, de 50 anos, veio de Ourinhos, em São Paulo, trazer a filha Marcela Montuleze e uma amiga dela. Segundo Andrea, não é a primeira vez que mãe e filha acampam para assistir um show. Para ela, a experiência compensa. "A galera está bem unida, é um senso de comunidade. O show é a parte principal, mas a fila se torna também um evento. Elas fazem amizade, é muito legal, acho bacana proporcionar isso para ela. O show é o auge, mas tudo começa aqui", relata a mãe. Andrea Montuleze veio trazer a filha e uma amiga dela para o show e fez amizades logo no primeiro dia de acampamento Mariah Colombo/g1 Ela conta também que Marcela é vestibulanda, em breve tem a prova de uma segunda fase para fazer, mas deu uma "pausa" nos estudos para ir no show. Mãe, filha e amiga montaram a barraca na fila na manhã de quinta-feira (8), dois dias antes da apresentação. Horas depois, já tinham feito amizades no local. Entre elas, a também mãe Alice Melo, que é confeiteira em Santa Catarina. Segundo ela, esse período do ano é ótimo para as vendas, mas, mesmo assim, largou tudo e trouxe a filha e a afilhada para o show. "Elas gostam e o pessoal é muito gente boa, faz amizade. Estou gostando bastante", conta. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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