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A pedido da Justiça, Câmara de Guarapuava afasta vereador denunciado por suspeita de 'rachadinha'

Por Giuliano Saito


Sidão Okeiko foi denunciado pelos crimes de associação criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e coação. g1 tenta contato com a defesa do vereador. Sidão foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná Reprodução/Facebook Atendendo a uma determinação da Justiça, a Câmara de Guarapuava afastou das funções públicas o vereador Alessandro Jorge Oreiko (União Brasil), conhecido como Sidão Oreiko. A decisão é cautelar. Relembre o caso abaixo. Sidão foi denunciado em outubro pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelos crimes de associação criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e coação. Ele é suspeito de integrar um sistema de recebimento de parte dos vencimentos de servidores sob ameaça de exoneração. Em decisão, a juíza Susan Nataly Dayse Perez da Silva, da 1ª Vara Criminal de Guarapuava, também proibiu o acesso de Sidão, da esposa e do irmão do parlamentar às dependências da câmara - os dois últimos também foram denunciados pelo MP. O g1 aguarda retorno da defesa do vereador. Relembre: Suspeita de 'rachadinha' leva Polícia Civil a fazer buscas em gabinete e casa de vereador Vereador de Guarapuava é denunciado pelo MP-PR por suspeita de 'rachadinha' A Câmara de Vereadores informou que cumpriu a decisão judicial. Ainda segundo a câmara, o suplente de Sidão é Guto Klosowski (União). A casa não informou se ele assumiu o cargo. Investigação Segundo o MP-PR, a investigação mostra que pelo menos duas servidoras públicas entregaram valores em espécie ou produtos alimentícios, por pelo menos 14 vezes, à esposa de Sidão sob ameaça, em um total de R$ 2.060. No documento de denúncia, o MP-PR ainda solicitou que o vereador, a esposa e o irmão sejam condenados a devolver o valor recebido no esquema com juros e correção monetária. Na época da denúncia, o advogado do parlamentar e dos outros dois denunciados, Marinaldo Rattes, afirmou que "os fatos narrados pela acusação, por si só, carecem de veracidade, pois é necessária a garantia da ampla defesa e do contraditório". Atuação Conforme denúncia do Ministério Público, a atuação do grupo iniciou logo nos primeiros meses de mandato de Sidão, em 2021, com a ajuda da esposa e do irmão. No esquema, segundo o órgão, eles solicitavam mensalmente, a pelo menos duas assessoras, valores em espécie ou em cestas básicas. O documento afirma que a esposa do parlamentar assediava as vítimas para que repassassem o dinheiro e não contassem a ninguém. Segundo o MP-PR, elas eram ameaçadas de exoneração para aceitarem a condição. Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão na Câmara de Guarapuava William Batista/RPC As mulheres ainda teriam recebido ordem de repassar no mínimo R$ 200 de seus salários, mensalmente, além da integralidade de seus 13º salários, por meio de Pix em favor do irmão do político, que emprestou a conta para dissimular o verdadeiro destino do dinheiro. Segundo o MP, o irmão de Sidão ocupa cargo comissionado no Poder Executivo. Na decisão que afastou Sidão, também foi determinado o afastamento do irmão do cargo. O g1 procura a administração municipal para comentar a decisão. VÍDEOS: mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul.