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2022 se vai, mas a voz sagrada de Gal Costa permanece na eternidade das canções

Por Giuliano Saito


Gal Costa (1945 – 2022), dona de voz transcendental que seguirá vívida na história da música brasileira Marcos Hermes / Divulgação ♪ O ano de 2022 se acaba daqui a dez horas, cedendo a vez para 2023. Mas “coisas sagradas permanecem”, como sentenciou Caetano Veloso, através da voz de Gal Costa (1945 – 2022), em verso da canção Recanto escuro (2011). Sagrada e consagrada, a voz de Maria da Graça Costa Penna Burgos (26 de setembro de 1945 – 9 de novembro de 2022) permanecerá na eternidade das canções gravadas pela artista entre 1965 e 2022. A inesperada morte do corpo físico de Gal foi a dissonância mais doída da música brasileira em 2022. Mas Gal permanece em espirito – “o que enfim resulta de corpo, alma, feitos: cantar”, como sintetizou Caetano em outros versos da mesma canção de 2011 – pela transcendência do canto cristalino que iluminou os caminhos da MPB. E, nesse sentido, a letra de outra canção gravada por Gal, com versos de maior empatia e simplicidade, talvez seja a mais completa tradução do poder transcendental do canto da artista. ♪ Eis a letra dessa outra canção, Eternamente (Tunai e Sérgio Natureza, 1983): “Só mesmo o tempo Pode revelar o lado oculto das paixões O que se foi E o que não passará Inesquecíveis sensações Que sempre vão ficar Pra nos fazer lembrar Dos sonhos, beijos Tantos momentos bons Só mesmo o tempo Vai poder provar A eternidade das canções A nossa música está no ar Emocionando os corações Pois tudo que é amor Parece com você Pense, lembre Nunca vou te esquecer Vou ter sempre você comigo Nosso amor, eu canto e cantarei Você é tudo que eu amei na vida Nunca vou te esquecer”