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Após abrir próprio negócio, designer de cílios cria projeto de incentivo ao empreendedorismo feminino: 'É empoderamento'

Por Giuliano Saito


Giovana Maimoni usa redes sociais para dar dicas e compartilhar a própria experiência. No Paraná, mulheres participam ou estão à frente de 45,6% dos negócios, segundo Sebrae. Após abrir próprio negócio, designer de cílios faz projeto de incentivo ao empreendorismo feminino Foto Cedida/Arquivo Pessoal Empreender como sinônimo de empoderamento. É como a designer de cílios Giovana Maimoni, de 38 anos, define a sensação de ter decidido investir no próprio negócio. Ela foi além, e decidiu compartilhar a própria experiência com outras mulheres mostrando que é possível. O caminho da moradora de Guarapuava, na região central do Paraná, não foi fácil. A decisão de empreender surgiu em 2011 depois de anos trabalhando com carteira assinada. À época, ainda morando em Minas Gerais, Giovana fez uma série de serviços. Em um deles, atuou como correspondente bancária. Em meio à crise, ela e o marido perderam o emprego no mesmo período. Com dívidas de mais de R$ 20 mil, a cidade de Guarapuava foi escolhida por terem um familiar no local. Foram mais de 1.500 km viajados em busca de uma oportunidade. "Eu vim com uma oportunidade de fazer a unha da dona de um salão, ver se dava certo. No fundão que eu estava, era a chance. Cheguei em uma segunda, tinha entrevista com a dona na quinta. Fiz o melhor que eu pude. No sábado ela me chamou para poder trabalhar. A determinação que eu tinha era trabalhar para poder pagar as contas e me reerguer de novo", relembrou. Empreendedorismo feminino: mulheres fazem sucesso em setores dominados pelos homens O que é empreendedorismo feminino? Empresárias explicam Mais de 2 bilhões de mulheres têm menos oportunidades e direitos econômicos que homens no mundo Mesmo autônoma prestando serviço para um salão, Giovana aproveitou o contato com inúmeras pessoas e passou a enxergar formas de dar um passo adiante. Então, ela abriu o próprio negócio com foco no chamado lashdesign, que trabalha o design dos cílios. Atualmente, além de um estúdio especializado na técnica, ela também produz vídeos com dicas nas redes sociais e oferece um curso voltado a mulheres que buscam empreender no mundo da estética. Mais de 3.500 alunas já participaram das atividades. "O empreendedorismo é empoderamento feminino. Muda muito, me mudou. Existe a Giovana de antes e a de agora. Na época eu estava em busca de sobreviver. Hoje, depois de tudo que eu passei, eu sou muito feliz com o que eu faço. Isso me tornou forte. Para mim foi muito importante também poder ensinar", ressaltou. Desafios Dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), feita em parceria com o Sebrae, mostram que 55,5% das novas empresas criadas nos dois anos de pandemia foram abertas por mulheres. Parte delas não conseguiu se manter em funcionamento. Nos vídeos e cursos, Giovana prioriza dicas sobre como sobreviver como empreendedora. São orientações de como abrir e administrar um negócio, precificar, vender e também de como lidar com clientes. O objetivo principal é compartilhar a própria experiência com outras pessoas. "É ensinar a sair do zero e, também, formas de criar pelo menos uma renda mínima mensal. Na área em que trabalho, tem todo o envolvimento de ver a transformação da cliente, a autoestima, o sorriso no olhar. Mas não é só para quem quer ser lashdesigner, pode aplicar em outros ramos da estética também", explicou. Empreendedorismo feminino O empreendedorismo feminino é apontado por especialistas também como forma de criar independência financeira. Muitas vezes, isso significa poder sair de uma relação abusiva. Dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) mostram que, hoje, quase metade dos pequenos negócios no Brasil é liderada por mulheres. A idealizadora do projeto reforça também que o impacto dos negócios é fundamental para essas mulheres, para a família e para a sociedade. No Paraná, um levantamento do Sebrae deste ano mostra que as mulheres participam ou estão à frente de 45,6% dos negócios. Guarapuava está na média, com índice de 44,8%, conforme o serviço. Veja o perfil das empreendedoras no estado: 26% dessas mulheres têm entre 30 e 39 anos; 24% entre 40 e 49 anos; 33% têm nível superior. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul. Mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul.